A falta de bancos nos pontos de ônibus de Curitiba virou alvo de uma campanha intensificada nesta semana pelo deputado estadual Rasca Rodrigues (PV). O parlamentar lançou uma nova ofensiva contra o que chama de “bundódromos” – barras de metal afixadas nos pontos, nas quais os usuários conseguem apenas se apoiar enquanto esperam. Segundo o deputado, o objetivo da iniciativa é que os cidadãos pressionem as autoridades municipais a instalar assentos adequados no mobiliário.
“Estamos na contramão da cidadania. Para um idoso, uma gestante ou alguém que está com compras nas mãos, é penoso esperar ônibus sem o mínimo de acomodação. Seria uma forma de dar o mínimo de comodidade ao usuário”, disse Rasca.
O parlamentar tem feito circular em Curitiba panfletos em que chama a atenção para a questão. Segundo o material, a capital paranaense é uma das poucas cidades do estado em que os pontos de ônibus não são equipados com bancos. De acordo com o deputado, a falta de assentos descumpre o Estatuto do Idoso e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Questão antiga
Os pontos de ônibus equipados com bundoril – nome técnico da barra de apoio – foram licitados em 2003. Segundo a Clear Channel – empresa que venceu o certame –, o layout e os padrões do mobiliário foram estabelecidos pela prefeitura e pela Urbanização Curitiba (Urbs). “A falta de assentos nos abrigos de ônibus também se deve ao curto tempo de espera nesta praça, não justificando o uso de assentos durante este espaço de tempo”, diz a empresa.
Rasca Rodrigues lembra que ao longo dos anos tem questionado a prefeitura – em diferentes administrações – e conversado com prefeitos, mas que o impasse permanece. “Chegaram a dizer que não optaram pelos bancos porque isso atrairia moradores de rua. Nenhuma justificativa que nos dão é técnica”, disse o deputado.
No fim da tarde desta quarta-feira (9), a Urbs informou que não há nenhum estudo em andamento para a implantação de bancos nos pontos de ônibus. Segundo a empresa que administra o transporte público em Curitiba, haveria um custo considerável de colocação, manutenção e higienização dos assentos. A Urbs destacou ainda que o tempo de espera pelos ônibus é pequeno, o que não justificaria o aparato.
Para pressionar
O deputado orienta o cidadão a procurar seu vereador para pressionar o poder público ou ainda a entrar em contato diretamente com a Câmara de Curitiba (41 3350-4500 ou câmara@cmc.pr.gov.br) ou com a prefeitura (pelo telefone 156 ou pelo e-mail gabvirtual@pmc.pr.gov.br).