O consumo de arroz com feijão – comida tipicamente brasileira considerada muito nutritiva – está caindo. Em apenas cinco anos, os brasileiros consumiram 30% menos feijão e 23% menos arroz, de acordo com a última Pesquisa de Orçamento Familiar realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em compensação, aumentou o consumo de alimentos sem tanto valor nutricional, como refrigerantes e biscoitos. Para reverter essa mudança de hábitos alimentares, a prefeitura de Curitiba está promovendo, nos Armazéns da Família, uma campanha de incentivo à retomada do feijão com arroz no cardápio do curitibano. A campanha faz parte das atividades programadas para a Semana Nacional da Alimentação.

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A nutricionista Ana Maria Malucelli, da Secretaria Municipal do Abastecimento, explica que o arroz tem um aminoácido que, em contato com outro aminoácido presente só no feijão, produz uma proteína de excelente qualidade, equivalente à proteína encontrada nas carnes. "O arroz com feijão é o casal perfeito", diz a nutricionista.

Segundo Ana Maria, a retomada do hábito de comer feijão com arroz pode ajudar a combater os problemas de má alimentação que a população hoje enfrenta. O consumo de alimentos de pouca qualidade nutricional tem provocado o aumento da obesidade nas pessoas e, conseqüentemente, de problemas correlatos, como pressão alta, enfarte e derrame, entre outros.

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"Hoje, metade dos curitibanos está acima do peso ideal", afirma a nutricionista. Segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de Curitiba, 30% da população da cidade tem sobrepeso e 20% dos curitibanos são considerados obesos (nível acima do sobrepeso).

Por meio da campanha deflagrada nesta semana, a prefeitura está distribuindo aos freqüentadores dos Armazéns da Família folhetos com orientações sobre a importância nutricional do arroz com feijão. Além disso, o preço do produto vendido nos armazéns também está em promoção, pelo menos até o início do próximo mês.

Segundo a diretora do programa Armazém da Família, Vera da Rocha Zardo, o arroz e o feijão estão sendo vendidos a preço de custo nos armazéns municipais. Um pacote de cinco quilos de arroz parboilizado, vendido por R$ 5,01 nos supermercados convencionais, por exemplo, custa R$ 4,21 nos armazéns. O pacote de um quilo de feijão preto, encontrado por R$ 2,07 nos supermercados, sai por R$ 1,69 nos mercadinhos municipais. Uma novidade, que foi lançada nesta semana nos armazéns, é a venda de arroz integral (o pacote de um quilo custa R$ 1,03).

A prefeitura mantém 19 Armazéns da Família e cinco ônibus itinerantes que vendem alimentos a preços populares em 80 pontos da cidade. Podem comprar os alimentos por meio desse programa pessoas que tenham renda familiar de até três salários mínimos por mês (R$ 900). O cadastro pode ser feito nas gerências regionais de abastecimento, nas Ruas da Cidadania.

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30%da população da capital tem sobrepeso e 20% dos curitibanos são considerados obesos.