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Educação

Candidatos confundem conceito de negritude e escola pública

Entidades e organizações não governamentais que representam estudantes ou o movimento negro aprovam às regras da UFPR adotadas para o sistema de cotas sociais e raciais no vestibular 2006. Eles defendem que a reserva de vagas deve privilegiar os menos favorecidos. Na seleção dos cotistas raciais, a UFPR leva em conta a cor da pele do candidato – que tem de apresentar características físicas de nreto ou pardo. Já para se enquadrar como beneficiário das cotas sociais, o estudante deve ter concluído todos os anos de estudo em escola pública. Apesar de terem sido claramente publicadas em edital, as normas para a seleção ainda geram confusão entre os vestibulandos.

No caso das cotas sociais, a dúvida começa na definição do que é escola pública. No edital é entendida por aquela mantida pelo poder público. Ficam de fora da classificação, por exemplo, as escolas comunitárias, mantidas por associações ou comunidades. Também não será aceito o estudante que concluiu o penúltimo ano do ensino médio e fez o último em escola particular.

Nas cotas raciais, o problema está na falta de definição do que é ser negro, tipificação qua ainda não existe no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Na opinião do presidente do Instituto 21 de Março – Consciência Negra e Direitos Humanos, Admilson Edson dos Santos, sem a definição fica fácil para qualquer pessoa se autodeclarar negra. "Tem branco de olhos verdes querendo mostrar que na árvore genealógica existam negros. São pessoas tentando burlar o sistema de cotas."

A socióloga Marcilene Garcia, presidente do Instituto de Pesquisa da Afrodescendência (Ipad), informa que cinco pessoas não aceitas pelo sistema de cotas da UFPR procuraram a entidade solicitando orientações. "Acredito que isso não ocorra por má fé, mas por falta de informação." Ela defende que os que precisam das cotas são os que estão mais passíveis de serem discriminados. "Estudos demonstram que aqui (no Brasil), o racismo é de marca e não de descendência. A pessoa é discriminada quando tem a aparência de negro", explica. (TD)

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