Mais de 300 pessoas que prestaram o concurso público para policial militar e bombeiro militar no Paraná criaram uma petição para anular as provas do concurso em todo o estado. Os candidatos, que agora pretendem protocolar o documento no Ministério Público, resolveram se organizar por meio das redes sociais depois que supostos erros nas provas e nos gabaritos começaram a ser apontados.
A petição deverá ser entregue ao ministério nesta sexta-feira (1), depois de uma passeata a favor da anulação do concurso em todo o Paraná. O manifestação está programada para começar às 11 horas, na Praça Tiradentes, centro de Curitiba.
Uma das falhas já levou a Fundação de Apoio à Fafipa, organizadora do concurso, a se retratar. Na manhã desta quinta-feira (28) a instituição informou que a prova de conhecimentos do concurso para bombeiro militar foi anulada em três regiões do estado porque nestes locais alguns candidatos a este cargo fizeram a prova destinada ao cargo de policial militar. Os testes para policiais e bombeiros eram distintos.
Mesmo com a anulação parcial, os candidatos pedem a anulação total do concurso, já que o mesmo problema teria acontecido em outras regiões do Paraná. "Eu acho que se eles mesmos divulgaram que estão usando o princípio da isonomia para anular alguns testes, a prova tem que ser cancelada para todo mundo. Ou cancela ou não cancela e mantém com esses erros", disse Jansen Samir Lima, um dos candidatos que protestam contra o teste.
O caso também já levou a atendente de caixa Hiara da Costa a procurar um advogado para checar a situação. Ela prestou a prova em Curitiba e, pela nota que atingiu no teste, acredita que a prova dela, que dever ser para policial militar, foi trocada.
"Pelo que eu lembro das perguntas, nenhuma [delas] bata com a prova da PM e sim com a dos bombeiros. Não lembro de ter visto na capa nada que mostrasse se a prova era para um ou para outro", relatou.
De acordo com Lima, além das trocas das provas, muitos candidatos também perceberam problemas com a falta de organização nos locais onde os testes foram realizados. "Na mesa da prova, quando a gente chegava já estavam a folha de redação e o gabarito. O gabarito não estava lacrado como as provas e não dá pra descartar a ideia de que alguém possa ter recebido um gabarito premiado".
Para Cristiane Guimarães, auxiliar de consultoria, faltou ainda mais fiscalização no decorrer da prova. Segundo ela, as pessoas que iam ao banheiro durante o período em que o teste estava sendo aplicado podiam conversar normalmente. "Na minha sala, inclusive, teve uma fiscal que emprestou uma caneta para uma pessoa que esqueceu de levar", contou a auxiliar.
Esclarecimento da Polícia Militar
Em nota, a Polícia Militar do Paraná informou que a troca das provas do concurso é de inteira responsabilidade FAFIPA, que foi contratada Governo do Estado para a realização das provas de conhecimento.
A corporação disse ainda que a "Polícia Militar fica responsável apenas pela pesquisa social (antecedentes), última fase, que ocorrerá em meados deste ano, e depois pela formação dos candidatos".
FAFIPA
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a Fundação de Apoio à Fafipa para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve retorno até as 19h30.