O sumiço de um cão farejador da raça bloodhound da Polícia Militar está mobilizando os policiais de Pato Branco, no Sudoeste do estado. O animal, que atende pelo nome de Radar, estava em patrulhamento com a equipe policial quando pulou da janela da viatura e fugiu. O caso aconteceu quinta-feira (9), na região da Linha Serrinho, entre os municípios de Enéas Marques e Nova Esperança do Sudoeste.
Radar é especializado em buscar pessoas, sejam criminosos ou desaparecidos em matas. O cão está com os policiais do 3º Batalhão há quatro anos, desde filhote - chegou com 50 dias de vida. Ele foi visto pela última vez na noite de domingo (12) em uma área da zona rural de Enéas Marques.
O soldado Fábio Ziembick, que atua com o cão, relata que a foi a primeira vez que Radar saltou do veículo em movimento e deixou a equipe. Ele acredita que o cachorro tenha fugido após sentir algum odor agradável.
Para o policial, mesmo que o cachorro quisesse voltar para o 3º Batalhão, ele não conseguiria sozinho pela distância. São mais de 100 quilômetros de distância até o canil da PM. “Da região onde foi avistado, são 20 quilômetros até Enéas Marques. Depois disso, são 80 quilômetros só até Pato Branco”, comenta.
Apesar da distância, Ziembick acredita que Radar possa ser encontrado dentro de algumas horas. De porte grande, o cão não é de passar despercebido. O cachorro tem cerca de 42 quilos, orelhas grandes e caídas ao lado do rosto e pelagem curta e marrom.
Caso Radar não volte para o batalhão tão cedo, ainda é possível colocar outros cães da mesma raça para procurá-lo. Ele mesmo já recebeu treinamento para achar colegas de canil. A medida, contudo, dependeria do acionamento de bloodhounds de outras regiões do Paraná.
Cachorro dócil
Quem avistar o bicho também não precisa ficar com medo ou sair correndo. Mesmo sendo um cão policial, Radar é bastante dócil e educado, garante o soldado - os cães farejadores, ao contrário dos cães de guarda, são treinados a “brincar” na procura de pessoas, drogas ou explosivos. “Ele tem uma aparência de bravo, até pelo latido, mas não tem agressividade nenhuma. Se tentarem bater nele, ele foge, mas não ataca. Não morde”, assinala.
O PM orienta que se o cão for avistado, o ideal é que seja chamado pelo nome. Tentar segurá-lo, no entanto, pode fazer com que corra. “Já tentaram pegar o Radar depois que o viram, mas ele fugiu de novo. O ideal é apenas chamá-lo, deixar ele se aproximar e acionar a polícia, pelo 190”, ensina.
Quem encontrar o cachorro e não o devolver pode responder por crime de apropriação indevida.
Prisões
Radar coleciona participações em cerca de 15 ações policiais. Na última, ocorrida em Pato Branco, por exemplo, o cão ajudou a localizar um homem armado com uma pistola 9 milímetros. Suspeito de contrabando, ele estava embrenhado na mata depois de abandonar um carro cheio de cigarros.
Ao todo, a PM tem cerca de 150 cães farejadores distribuídos pelos 22 batalhões do Paraná. A raça de Radar é uma das mais raras nestas unidades. Segundo o capitão Gustavo Dalledone Zancan, comandante do Canil da PM em Curitiba, existem hoje no máximo um bloodhound por batalhão no interior estado. “São cães com uma função bastante específica. São muito fortes no faro para buscar pessoas. Na capital, contamos com quatro”, observa.
Outras raças compõem os canis da PM para auxiliar em diferentes ações. Nos patrulhamentos de rua, são utilizadas raças como rottweiller; e em busca de entorpecentes e explosivos, cães da raça labrador e pastor belga.