O catador de caranguejo Davil Alexandre Alves, que trabalha com a captura do crustáceo há 25 anos, em Guaratuba, no litoral do Paraná, tem motivo de sobra para comemorar. A partir desta segunda-feira (1º), até o dia 14 de março de 2015, está liberada a captura do caranguejo-uçá no Paraná. "Nestes meses em que o caranguejo está liberado minha renda aumenta de 30% a 70%, dependendo do clima e do movimento. Já quando a captura está proibida temos que buscar outras atividades, como a pesca do peixe e camarão e a coleta de ostras. Mas, durante parte destes meses, também acontece o defeso do camarão, por isso recebemos um seguro desemprego no valor de um salário mínimo. Não é equivalente ao que recebemos com a sua venda, porém ajuda", diz.
De acordo com informações da assessoria de imprensa do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), apesar da permissão, os catadores só podem capturar indivíduos machos, com carapaça igual ou maior que sete centímetros. Os caranguejos-uçá fêmeas e aqueles com dimensões inferiores devem permanecer no ambiente.
Durante o período de captura os catadores não podem usar nenhuma ferramenta. É permitida a caça somente de forma artesanal, feita a mão. Também são proibidos produtos químicos ou armadilhas que possam matar os crustáceos ou causar danos ao seu ambiente. "No período em que é possível a captura fica proibida no Paraná a entrada, transporte e comercialização do caranguejo processado, inteiro ou em partes, sem que haja inspeção federal, contendo selo e comprovação da origem do produto. Isso ocorre para proteger a população de uma possível disseminação de doenças e preservar a espécie evitando contaminações".
A assessoria de imprensa do IAP informou que os fiscais do órgão e a Polícia Ambiental reforçarão as ações de fiscalização onde historicamente há concentração de pescadores, registros de captura irregular e infrações ambientais. As multas variam de R$700 a R$100 mil e mais R$20 para cada quilo de caranguejo capturado, além de o catador que descumprir as normas responder a ações judiciais. Sobre o cumprimento da lei pelos catadores do caranguejo, Davil Alexandre Alves acredita que a grande maioria segue as regras. "Se não tivermos consciência nós próprios seremos prejudicados no futuro".
O caranguejo está garantido até o dia 15 de março de 2015, quando começa o defeso do animal.
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