| Foto: MARCO GARRO/AFP

Caracterizada pela febre alta e pelas fortes dores nas articulações (principalmente tornozelos e pulsos), a febre chikungunya pode se tornar crônica e incapacitante em cerca de 15% dos casos. Nessa situação, a pessoa perde a capacidade de trabalhar e acaba dependendo por anos – e, em alguns casos, pelo resto da vida – do sistema previdenciário.

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Essa questão é especialmente preocupante porque a doença atinge pessoas em idade produtiva, que passam a pressionar ainda mais o sistema previdenciário. É essa a experiência que vive a Ilha Reunião. Há cerca de 10 anos o departamento francês no Oceano Índico passou por uma epidemia de chikungunya e ainda hoje sofre as consequências da doença.

“Na Ilha Reunião, o ano passado foi marcado como dez anos da epidemia de chikungunya e até hoje há pessoas que não conseguiram voltar à vida normal”, conta a virologista Claudia dos Santos, pesquisadora do Instituto Carlos Chagas, braço da Fiocruz no Paraná. “É uma doença altamente incapacitante, em que o comprometimento das articulações pode durar de meses a anos”, explica.

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Da mesma forma como ocorre com a dengue e a zika, não existe medicamento para tratar a chikungunya. Repouso, hidratação e medicamentos para aliviar as dores e controlar a temperatura são o recomendações médicas. O método de prevenção também pé o mesmo: combate ao Aedes aegypti. Nessa luta, entram as medidas para evitar os pontos de água parada e o uso de repelente, como forma de se proteger e evitar a disseminação do vírus caso você esteja contaminado.

Chikungunya avança pelo Brasil

A princípio mais preocupante do que a zika, a febre chikungunya foi perdendo destaque à medida que se percebeu as consequências da prima mais “branda” da dengue. Mas a doença, igualmente transmitida pelo Aedes aegypti, também deixa sequelas graves em uma parcela importante dos infectados e avança pelo país de forma preocupante.

De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, até o início de março deste ano, já eram 495,2 mil casos suspeitos da doença. O número é maior que o registrado no mesmo período de 2015, quando foram notificados 337,7 mil casos suspeitos de chikungunya. Os dados também indicam que o vírus está se deslocando pelo país.

Na Região Sul, já são 36,9 mil casos suspeitos. No ano passado, neste mesmo período, eram 8,2 mil. Apenas no Paraná já são 49 casos confirmados neste ano, segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde. Desses, 44 são importados e 5 autóctones.

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