Ipor㠖 A proliferação descontrolada de caramujos africanos (Achatina fulica) em Iporã, no Noroeste do Paraná, levou a Vigilância Sanitária da cidade a lançar uma campanha de combate ao molusco. Os moradores estão sendo orientados a recolher os caramujos, usando luvas e potes de vidro, e entregá-los em um dos seis postos de saúde. A entrega é feita sempre nas sextas-feiras, até as 16 horas. Em seguida, os moluscos são incinerados.

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Segundo o coordenador da vigilância em Iporã, Gilmar Rodrigues, o molusco pode hospedar parasitas que, se ingeridos pelo homem, provocam infecção no intestino e podem levar à morte, muito embora não exista nenhum registro desse tipo no Brasil.

Só no primeiro dia de incineração, na sexta-feira passada, foram queimados 70 quilos de caramujos. Rodrigues diz que a campanha consiste na distribuição de panfletos para a população e vai durar três meses. Depois a equipe sanitária vai avaliar se será necessária uma prorrogação.

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Rodrigues adiantou que a infestação atinge todos os bairros mais afastados do centro. Além de atacar as hortaliças, o caramujo deixa um limo por onde passa, o que incomoda os moradores, além de representar riscos à saúde pública.

Apesar da campanha, o coordenador afirma que não há motivo para pânico. Como não tem predadores naturais na região e se reproduz com facilidade, média de 50 a 400 ovos a cada ano, a infestação de caramujo aumentou nas últimas semanas por causa do tempo chuvoso e do crescimento do mato. Manter os quintais limpos é outra recomendação da vigilância, diz Rodrigues.

O caramujo é uma espécie nativa da África e teria sido introduzida ilegalmente no Brasil, em 1980, como alternativa econômica. A intenção era comercializá-lo a um preço inferior ao escargot, porém logo se confirmou o risco da transmissão de doença, o que inviabilizou o negócio e o molusco passou a ser conhecido também como "falso escargot".