A defesa dos policiais acusados de matar 10 dos 111 presos mortos no Massacre do Carandiru, em 1992, exibiu aos jurados na tarde de hoje um vídeo de 2013 que mostra presos da penitenciária de Pedrinhas, no Maranhão, decapitando outros detentos.O objetivo do vídeo, segundo o defensor Celso Vendramini, era mostrar aos jurados "a realidade do sistema prisional", e traçar um paralelo entre Pedrinhas e o Carandiru, a fim de justificar a intervenção policial.
Por volta das 18h, a sessão foi interrompida pelo juiz Rodrigo Tellini. A réplica do Ministério Público está marcada para as 9h de amanhã. Em seguida, será a tréplica da defesa. Os trabalhos foram suspensos hoje porque o magistrado apresentou problemas de saúde e seguiu a orientação de seu médico.Nesta etapa do julgamento do massacre, estão sendo julgados dez policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). Para convencer os jurados a absolver os PMs, Vendramini argumentou que, ao condenar os réus, o júri estará fortalecendo o crime organizado.O defensor disse também que o julgamento do massacre é "ideológico", e tentou usar a sensação de insegurança que atinge a sociedade para convencer os jurados de que uma ação policial enérgica é necessária."Ou nós estamos do lado do bem, do lado dos policiais, ou nós estamos do lado do bandido", disse o advogado."Se condenarem esses policiais militares, o PCC [facção criminosa de São Paulo] estará ganhando força, o Comando Vermelho [facção criminosa do Rio] estará ganhando força. Eu prefiro um bandido morto a um policial ferido", completou.Vendramini, que foi policial militar da Rota nos anos 1980, exibiu ainda aos jurados reportagens televisivas sobre crimes para concluir que "é de criminosos dessa laia que o Carandiru estava cheio".Em seguida, o advogado contestou pontos específicos da acusação, como o de que os policiais do Gate teriam matado os detentos no quarto andar da antiga Casa de Detenção.Segundo Vendramini, desde 1992, ano do episódio, os réus afirmam que atuaram no terceiro andar do prédio. "Se há dúvidas [sobre a autoria desses homicídios], não condenem", pediu o defensor aos jurados.As três principais teses da defesa são: 1) que os réus não atuaram no andar apontado pelo Ministério Público, 2) que agiram no "estrito cumprimento do dever legal" e 3) que não tinham outra forma de agir para conter a rebelião a não ser efetuando disparos de arma de fogo "para o alto", como teriam feito.
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