| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

“Se você oferecer uma cebola e uma maçã, ele fica com a cebola”. Essa é a preferência do chimpanzé Bob, que também come pão com mel, conta a bióloga Nancy Banevicius. Quando Bob recebe uma garrafinha de chá com leite, abre a tampa habilmente, toma tudo em poucos goles e devolve o “lixo”. A dieta no Zoológico de Curitiba é adaptada ao gosto dos animais. A comida preferida do urso Andy é polenta enriquecida com verduras, e ainda milho cozido e mandioca. Ele também aprecia ração para cachorro.

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Vídeo mostra hora da comida no Zoo de Curitiba

Confira o que acontece nos bastidores do Zoo

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Para dar de comer a 1,3 mil animais, o trabalho começa às 7 horas na cozinha do chef Moacir Paulo Lourenço. Quatro ajudantes preparam quase 700 quilos de comida por dia. O maior volume é de abóboras (150 quilos) e batata doce (100 quilos), principalmente por causa da dieta dos quatro hipopótamos – cada um come cerca de 40 quilos diariamente. A maior parte dos produtos vem do Ceasa. “Não tem essa de refugos ou restos”, garante Nancy. O tigre Tom come sete quilos de carne por dia, ora frangos inteiros, ora dianteiros bovinos e de vez em quando ovelhas e coelhos. A quantidade de comida dada aos animais é rigorosamente controlada, para que não fiquem obesos ou desnutridos.

A primeira refeição sai às 8h30, principalmente para os animais que se alimentam duas vezes por dia, como os primatas. Há alguns itens que entram no cardápio apenas em algumas estações, como os reforços calóricos no inverno. “Mamão, banana, laranja e maçã é o ano todo, mas caqui, goiaba e ameixa é esporádico”, explica a bióloga. Os pinhões que caem das araucárias espalhadas pelo zoológico são catados e servem de alimento. “Quase todos os animais gostam. E é uma importante fonte de energia no inverno”, relata Nancy.

Alguns produtos que agradam o paladar dos animais são oferecidos mais esparsamente, como cana de açúcar, castanhas e coco. Para alimentar gaviões e corujas, e também as cobras do Passeio Público, são criados num biotério camundongos e ratazanas, além de larva e baratas.

Entre aqueles que é possível contar, são 1,3 mil animais no zoológico– boa parte é resultado de apreensões do Ibama. Esses bichos teriam dificuldades de serem readaptados na natureza. É bastante trabalho para profissionais como o médico veterinário Marcelo Bonat. Ele sonhava em atuar em um zoológico antes mesmo de entrar no curso na UFPR e há 12 anos cuida da saúde dos animais do local.

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Quatro ajudantes picam e preparam quase 700 quilos de comida por dia. Só de banana são 50 quilos.
Cada animal recebe alimentação balanceada, com peso controlado.
O leão Rawell está na área de isolamento enquanto o espaço dos felinos está sendo reformado.
O casal de girafas Pandinha e Piekarski está no zoológico há mais de duas décadas.
As girafas adoram “verdinhos”, mas também curtem cebola.
A tigra Peta veio de Maringá há dois anos e come sete quilos de carne por dia.
Um dos dias mais frios do ano foi particularmente gelado na área do Zoológico de Curitiba, cercada de árvores.
O médico veterinário Marcelo Bonat alimenta Charlene, hipopótamo de quase três toneladas e que come 40 quilos por dia.
O hipopótamo Dino está separado das fêmeas e, por isso, não pode ser visto pelos visitantes.
Na segunda-feira a piscina dos hipopótamos é esvaziada e limpa.
O chimpanzé Bob adora chá com leite. Ele abre a garrafinha e toma em poucos goles.

Para manter o zoo, a prefeitura gasta mensalmente cerca de R$ 120 mil em compras, como comida, e mais um contrato de manutenção e pequenas reformas, que é de R$ 36 mil ao mês. Além disso, 50 funcionários trabalham no local. O espaço é um dos poucos de grande porte no país que não cobram entrada do visitante.