São Paulo Dom Cláudio era considerado um dos principais candidatos à sucessão no conclave que elegeu Bento XVI, em abril de 2005, como sucessor de João Paulo II. Seu novo cargo exige administração da formação intelectual permanente do clero e da formação religiosa dos fiéis, sugestão de causas de beatificação e canonização, concessão de dispensas do sacerdócio e a administração de bens eclesiásticos.
No novo cargo, ele chefiará a Congregação para o Clero, que supervisiona questões relativas aos 400 mil padres católicos em todo o mundo, assim como aspectos da educação religiosa marca a importância do Brasil, o maior país católico do mundo, para o Vaticano. Entre as funções que Hummes assumirá, está a questão dos escândalos de abusos sexuais envolvendo sacerdotes, que abalou a Igreja Católica em vários países do mundo.
A promoção de Hummes, 72, aumenta as chances de que o brasileiro se torne candidato a papa caso haja um novo conclave antes de ele completar 80 anos idade máxima para que um cardeal participe do conclave.
Ironicamente, Hummes que é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou a Teologia da Libertação na América Latina no início da década de 80, quando o Papa Bento XVI escreveu um documento polêmico condenando o envolvimento de padres em questões políticas. Filho de imigrantes alemães, Hummes ajudou grupos de esquerda durante a luta contra a ditadura, nas décadas de 70 e 80, e hoje defende o Movimento Sem Terra (MST).
Hummes ganhou fama no Brasil na década de 70, quando foi bispo de Santo André, na grande São Paulo. Nessa época, ele permitiu que sindicatos utilizassem igrejas para suas reuniões, o que era ilegal durante a ditadura.