Alguns dos mais importantes médicos cardiologistas do país e do mundo estarão amanhã e sábado em Curitiba no 5.° Simpósio Internacional de Cardiologia Invasiva para Clínicos, no Hospital Cardiológico Costantini. Conforme explica o cardiologista Costantino Costantini, organizador do simpósio, a intenção do evento, que contará com 250 médicos, é discutir as mais modernas técnicas de angioplastia (intervenção que desobstrui a artéria coronária sem a necessidade de cirurgia), bem como a utilização de células-tronco no tratamento de doenças cardíacas.
Dados científicos apontam que a angioplastia resolve o problema de 70% dos pacientes, evitando assim processos cirúrgicos, cuja recuperação é mais demorada. "Em 98% dos casos há sucesso", reforça Costantini. Além da baixa intervenção no paciente, o cardiologista ainda aponta que a técnica permite a desobstrução de quatro artérias, o que não era possível antes da angioplastia ser utilizada. "Ainda há casos em que a cirurgia é imprescindível. Mas nos últimos dez anos a angioplastia reduziu em 50% as intervenções cirúrgicas", complementa.
Vanguarda
Os médicos brasileiros que participam do simpósio não irão apenas ouvir experiências dos colegas estrangeiros. Conforme aponta Costantini, hoje a cardiologia invasiva brasileira é uma das melhores do mundo. "O paciente não precisa mais sair do país, pois a angioplastia brasileira está em nível de primeiro mundo", salienta.
Costantini cita o fato de que o país foi o primeiro do mundo a fazer angioplastia em pacientes de enfarto agudo em 1983 o próprio médico realizou a intervenção. "Nos Estados Unidos, a angioplastia em pacientes com enfarto agudo é feita há apenas dez anos", compara.
O motivo da vanguarda brasileira na área, credita Costantini, está no fato de que os médicos brasileiros assimilaram mais rapidamente a técnica. "O cardiologista brasileiro raciocinou bem mais rápido", argumenta.
A utilização de células-tronco será um dos principais temas abordados no simpósio. Segundo Costantini, o uso dessas células em cirurgias cardíacas vem evoluindo nos últimos anos. Entretanto, ressalta ele, para que sejam feitas com resultados positivos deve haver um estudo bastante criterioso de cada caso. "Deve-se selecionar muito bem os casos para não submeter pacientes à cirurgia desnecessariamente."
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