O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) agendou para o dia 26 de março o julgamento do ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho. A designação da data é assinada pelo juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Carli filho é acusado de duplo homicídio doloso eventual (quando o agente assume o risco de cometer o delito), pela morte de dois jovens em um acidente de trânsito ocorrido em 2009, no bairro Mossunguê, em Curitiba. A perícia apontou que o ex-deputado dirigia em alta velocidade e que estaria alcoolizado.
O agendamento do júri popular põe fim a um impasse: se Carli Filho seria julgado por homicídio culpuso (como em um acidente de trânsito comum, com pena de até quatro anos de reclusão); ou se seria levado a júri popular, respondendo por duplo homicídio doloso eventual. Neste caso, a pena pode chegar, em caso de condenação, a 20 anos de reclusão, com um acréscimo de 50% por ter mais de uma vítima.
Os advogados Gustavo Sancadelari e Roberto Brzezinski Neto, que integram a defesa do ex-deputado, disseram à Gazeta do Povo que até o fim da tarde desta terça-feira (29) ainda não haviam sido notificados oficialmente da confirmação da data do julgamento. Eles só devem se manifestar após serem comunicados da decisão.
Por outro lado, os defensores que representam a família de Gilmar Yared, que é uma das vítimas, comemoraram o agendamento do júri popular. O advogado Elias Mattar Assad classificou a decisão como "uma vitória" e disse que o fato de o julgamento ter data marcada põe fim a uma angústia e pode ser considerado o primeiro passo para que se faça justiça.
"Havia aquela dúvida se o acusado iria ou não a júri popular. Agora, temos uma data. A gente fica feliz, porque é um ponto importante: a designação do julgamento", avaliou.
A pedido dos advogados, a família das vítimas não vai se manifestar nesta terça-feira. Na manhã de quarta-feira (30), a família Yared deve conceder entrevista coletiva.
O caso
O acidente ocorreu no dia 7 de maio de 2009, no cruzamento das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski, no bairro Mossunguê, em Curitiba. Um laudo realizado pelo Instituto de Criminalística (IC) aponta que o Passat que Carli Filho dirigia trafegava a uma velocidade entre 161 e 173 quilômetros por hora (entre 168% e 188% maior que a regulamentada para a via).
A perícia afirma que o carro do ex-deputado decolou, atingindo a quase um metro do chão o Honda Fit onde estavam as vítimas Gilmar Rafael Souza Yared, que tinha 26 anos, e Carlos Murilo de Souza, de 20.
As investigações apontaram que Carli Filho dirigia em estado de embriaguez e que estava ao volante, mesmo estando com a carteira de habilitação suspensa pelo Departamento de Trânsito (Detran) por causa de diversas multas, inclusive por excesso de velocidade. Os laudos e perícias haviam embasado parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que opinou que o ex-deputado deve responder por duplo homicídio qualificado, com dolo eventual.
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