Em meio à instabilidade econômica e política do país, as escolas de samba do Grupo Especial estão sendo obrigadas a enfrentar uma nova realidade: o patrocínio aos enredos sumiu. Para não dizer que a ajuda financeira privada, que ultimamente contribuía para sustentar o luxo de algumas agremiações, ficou completamente de fora da festa, o Salgueiro, com “A ópera dos malandros”, conseguiu captar recursos, mas não com uma empresa. Foi uma pessoa física que pôs a mão no bolso. As outras escolas ficaram a ver navios, inclusive as que incluíram cidades e estados em seus carnavais, de olho na possibilidade de receberem apoio. Nem a Beija-Flor – atual campeã e que, em 2015, recebeu R$ 10 milhões do governo ditatorial da Guiné Equatorial – escapou. Desta vez, a azul e branca pôs a cidade de Nova Lima, em Minas, em seu enredo sobre o marquês de Sapucaí. Mas não conseguiu patrocínio algum da cidade natal do nobre que deu nome à avenida palco da folia. Acabou reduzindo o tamanho das fantasias e optando por materiais mais baratos.
R$ 40
É o quanto custa uma pena de faisão. Em uma fantasia luxuosa são usadas até duas mil delas. Neste ano, a solução é reaproveitar as penas de carnavais anteriores.
“Representantes da cidade alegaram a crise e a conjuntura do país para dizer que não teriam verba para ajudar. Resumindo: estamos tentando chegar à mesma beleza de sempre, mas de forma alternativa”, diz Almir Reis, administrador do barracão da escola.
Com menos dinheiro e dólar em alta, para muitas agremiações a ordem é economizar nas fantasias. O Ateliê Aquarela Carioca, por exemplo, faz a roupa dos casais de mestre-sala e porta-bandeira de oito das 12 agremiações do Grupo Especial, além dos figurinos de rainhas de bateria, musas e destaques. Na maioria das escolas, diz Leonardo Leonel, um dos sócios do ateliê, a economia nessas roupas chega a cerca de 40%.
Materiais reaproveitados são solução para fantasias
Palhas de aço viram cabelos de anjo, plástico bolha reveste a pele de um dragão alegórico, buchas vegetais se tornam couro de leão. Sem patrocínio para o enredo “Salve Jorge! O Guerreiro na Fé”, a carioca Estácio de Sá apostou em materiais alternativos para baratear custos. Recolheu latinhas e garrafas PET nos eventos na quadra e comprou muito pouca coisa para compor as fantasias.
Segundo o carnavalesco Chico Spinoza, “o mercado está agonizando”. Mas a culpa é das escolas, que ficam devendo de um carnaval para o outro e os comerciantes desistem de investir e trazer novidades. “Só resta a criatividade.”
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