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O número de acidentes cresceu 51% nas estradas do Paraná e os casos de morte mais do que dobraram (142%) neste feriado de carnaval em comparação com igual período de 2006. As colisões subiram de 240 para 362 e as mortes pularam de 12 para 29. A incidência de feridos também teve acréscimo, passando de 235 para 278. Para efeito comparativo, o cálculo leva em conta o levantamento parcial das polícias rodoviárias Estadual e Federal no mesmo intervalo de tempo nos três anos, ou seja, até o início da noite anterior ao fim do feriadão. Os dados deste ano, portanto, foram computados até as 18 horas de ontem – hoje será divulgado o balanço oficial dos acidentes computados pelas polícias rodoviárias no estado.

A violência nas estradas tem crescido ano após ano. Em 2006, os acidentes já haviam subido 9,2% e os feridos 28,5% se comparado a 2005 (as mortes mantiveram-se quase iguais, com 13 casos num ano e 12 no seguinte). A causa não está apenas no aumento da frota de veículos, que cresce a cada dia. A responsabilidade é compartilhada entre o motorista e o estado. O primeiro pela irresponsabilidade no trânsito, o segundo pela omissão na fiscalização. A avaliação é do consultor de trânsito Luiz Arthur Montes Ribeiro.

O consultor aponta a falta de policiamento preventivo nas estradas. Para ele, existe uma polícia que cobra, mas que retribui pouco. Em geral, a fiscalização só existe no posto rodoviário, bem longe de onde realmente estão os problemas: nas curvas e nas retas longas, nas quais os motoristas se excedem ao volante. Mas não são estes os maiores responsáveis pelos acidentes. A causa é tão clara quanto o destino de um carro sem freio em pista molhada: eles não cumprem as normas de trânsito. "O condutor detém o poder do veículo, mas nem sempre tem o controle de suas ações", diz Ribeiro.

O problema vem desde os primeiros contatos com o automóvel, ainda na busca pela carteira de habilitação. "Os motoristas se preparam para passar nos testes, mas não para passar no teste de vida no trânsito", ressalta o consultor. "Não respeitam o próximo, falta espírito de urbanidade", conclui. Para ele, esta é uma lacuna deixada pelo Código de Trânsito Brasileiro, em vigor desde 1998, que previu quase tudo, menos a educação no trânsito. O resultado pode ser medido nas estatísticas da Polícia Rodoviária.

O retorno

Este é o carnaval mais movimentado dos últimos três anos na BR-277 entre Curitiba e o litoral. De sexta-feira até as 17 horas de ontem, quase 84 mil carros desceram a Serra do Mar. Ontem, quase 15 mil carros haviam retornado para a capital até as 18 horas e outros 10 mil eram aguardados até o final da noite. O fluxo chegou a ficar quatro vezes maior do que em dias normais, perto de 2,2 mil carros por hora. A concessionária Ecovia, que administra o trecho, calcula que nesta Quarta-Feira de Cinzas 26 mil carros devem deixar o litoral. Mais da metade deve fazer o percurso de manhã, com picos de até até 2,2 mil carros entre 10 horas e meio-dia.

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