A Promotoria de Defesa do Consumidor quer a abertura de inquérito policial para investigar denúncias, previamente já comprovadas em dois casos, de abates clandestinos de bovinos e suínos em Tamarana, no norte do Paraná. Outros três casos estão sob investigação.
Autoridades sanitárias e de defesa do consumidor não descartam que carne clandestina "produzida" em Tamarana possa ter sido vendida em Londrina. A apuração ganhou corpo em janeiro, quando fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) apuravam denúncia de transporte de bovinos com brucelose e tuberculose. Em Tamarana, os fiscais descobriram que sete animais doentes haviam sido abatidos ilegalmente, sem condições sanitárias e em um local improvisado onde também havia carne suína. "Eu mesma flagrei a pessoa no momento do abate e o volume de carne deixava claro que não era para consumo próprio", afirmou a supervisora da Adapar em Londrina, veterinária Claudia Rolim Galerani.
"Não sabemos onde essa carne foi parar. Pode ter sido consumida em qualquer lugar", arriscou o promotor Miguel Sogaiar. Envolvidos na comercialização se negaram a informar para onde a carne foi vendida, mas confirmaram a comercialização. A suspeita é de que as carnes possam ter abastecido restaurantes, supermercados e açougues. Em outro abatedouro pirata, a Adapar flagrou carne fracionada, pronta para a venda e apreendeu 800 kg de bovinos, suínos, carcaças e couro tudo destruído em razão da falta de higiene. Os envolvidos nos dois casos foram identificados e responderão criminalmente por crime contra relações de consumo e por comercializar alimentos sanitariamente inadequados. No dia 11 de setembro, Promotoria, Adapar e Prefeitura de Tamarana começam uma campanha local para obter a colaboração dos comerciantes para que não comprem carne sem procedência.
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