Ontem, a Vigilância Sanitária de Curitiba determinou que o supermercado Super Muffato, no bairro Portão, inutilizasse 45 quilos de carne bovina que estava imprópria para o consumo. É a terceira vez em menos de duas semanas que o estabelecimento é autuado pela Vigilância Sanitária por problemas com carne. Desde 30 de março, duas toneladas de frango e 131 quilos de carne bovina tiveram de ser inutilizados – 45 quilos ontem, 19 quilos na última quarta-feira e 67 quilos no dia 30.

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De acordo com a Vigilância Sanitária, a carne apresentava aspectos de deterioramento, com odor forte e coloração escurecida. Além disso, ela estaria sendo moída e misturada a uma de boa qualidade. Já as duas toneladas de frango apreendidas na última quarta-feira estavam impróprias para o consumo porque estavam apenas resfriadas, quando deveriam estar congeladas.

Toda a carne apreendida pela Vigilância Sanitária foi depositada em um contêiner de propriedade do supermercado e, em seguida, inutilizada com o derramamento de um produto de limpeza em cima. O material deve ser encaminhado ao aterro da Caximba.

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Do ano passado até ontem, a Vigilância Sanitária recebeu 34 denúncias contra o Super Muffato, sendo 15 delas só em 2006. Quatro das denúncias realizadas neste ano são de autoria de um ex-funcionário do supermercado, Rodrigo Santos. Ele afirma que a quantidade de carne apreendida é pouca em relação ao tamanho das irregularidades existentes no supermercado, e dois funcionários do Super Muffato, que não quiseram se identificar, confirmaram as denúncias de Santos, que foi despedido na sexta-feira passada. Segundo a gerência do supermercado, o motivo da demissão foi falta de produtividade. De acordo com o ex-funcionário, a dispensa ocorreu por represália, já que ele teria sido o autor da denúncia e de fotos divulgadas à imprensa sobre os problemas de má conservação da carne.

Nas três autuações, o Super Muffato recebeu um auto de infração que prevê multas que variam entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil. Mas, além da multa, o supermercado não deve sofrer outras penalidades. "Quando o problema é na estrutura física podemos interditar o local, mas quando se trata do produto, a legislação não nos permite nada além de multar", explicou a coordenadora da Vigilância Sanitária do município, Rosana Zappe. O Super Muffato promete recorrer antes de efetuar qualquer pagamento.