Iniciativas bem-vindas
Apesar de Curitiba não ter tradição em transportes alternativos, o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, vê os novos aplicativos como benéficos à cidade. "O poder público tem que dar oportunidade para a sociedade dar a sua contribuição. O desenvolvimento de soluções, seja com os modais existentes ou com alternativas, como o caso das caronas, deve ser compartilhado." Quanto à possível resistência dos taxistas à inovação, Gregório afirma: "Nós temos que ter claro que o grande objetivo é o interesse público, sem privilegiar um segmento ou outro". Ele reforça que esse tipo de transporte não se configura como um serviço a ser fiscalizado pela Urbs.
Na mesma onda
Confira outros aplicativos que já organizam caronas no exterior:
Carpool School Edition Voltado a estudantes, o sistema permite encontrar pessoas próximas para formar grupos de carona. Ele cria agendas de revezamento que podem ser enviadas aos participantes que não possuem smartphone.
Zim Ride Organiza caronas na estrada. O usuário digita o destino e a data da viagem e o motorista pode oferecer carona em troca de um pouco de gasolina. Ele também informa preferências pessoais dos usuários, como gostos musicais, para criar uma interação entre motorista e caroneiro. Outro aplicativo similar é o Ride Joy.
Car Pool Party Cria e organiza uma agenda de caronas para determinar, em um grupo de revezamento, quem dirige e quando. Mesmo assim, o Car Pool Party é flexível e também tem um histórico de caronas, que pode ser consultado para fazer alterações manuais na agenda, se necessário.
Enquanto aplicativos como o Easytaxi e o Taxijá causam divergências entre taxistas e a Urbs, outro aplicativo pretende organizar e monetizar as caronas em veículos particulares. Na visão de Yonathan Yuri Faber, CEO e co-fundador do Zaznu, essa realidade pode estar a caminho. "A média de passageiros por carro aqui no Rio de Janeiro é de 1,4. Se a gente tirar uma pessoa de um carro e colocar em outro, a gente pode melhorar esse índice", acredita. E quem dirige ainda pode ganhar um dinheiro extra.
O aplicativo, em fase de testes no Rio de Janeiro, segue a ideia de programas em uso nos Estados Unidos e na Europa. No sistema, o passageiro indica o destino e, caso esteja por perto, o motorista dá a carona mediante uma doação paga via cartão de crédito pelo próprio aplicativo. O preço sugerido é 20% menor do que uma corrida de táxi em bandeira um. "Alguém que dirija pelo Zaznu três horas por dia, por 25 dias, pode faturar até R$ 6 mil", estima o criador do projeto, que acrescenta que o aplicativo fica com 20% de todas as corridas.
O passageiro precisa informar seu perfil no Facebook, um telefone e um cartão de crédito. Já o cadastro do motorista é mais burocrático para garantir a segurança do serviço. "Primeiro, precisa mandar toda a documentação pessoal para fazermos uma checagem de antecedentes criminais e infrações de trânsito. Depois, a documentação do carro, que precisa estar adequada com as nossas exigências", explica Faber. O candidato a motorista ainda passa por uma entrevista e por treinamento de conduta e de uso do aplicativo.
A ideia é expandir o Zaznu para todas as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 até o evento e, depois, para outros países da América do Sul. Faber adianta que o aplicativo já recebeu inscrições de motoristas de Curitiba e deverá estar disponível na cidade entre abril e maio.
Faber sabe que a iniciativa é polêmica e deve provocar a ira de muitos taxistas. "Tivemos de estudar muito a parte jurídica para não sermos enquadrados como um meio de transporte alternativo e ilegal. Mesmo assim, vamos ter dor de cabeça sempre. Mas a polêmica é boa e ajuda a divulgar o serviço", afirma.
Colaborou Raphael Marchiori.
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