Preocupado com um possível risco de desabastecimento de água tratada em Minas Gerais e Espírito Santo, o governo federal está monitorando o caminho da lama decorrente do rompimento das barragens na região de Mariana (MG) para encontrar alternativas para captar e abastecer as cidades atingidas.
Segundo o ministro Gilberto Occhi (Integração Nacional), a equipe da presidente Dilma Rousseff já conta com o uso de carros pipa ou até mesmo a perfuração de novos poços para captar e abastecer municípios, principalmente às margens do Rio Doce, por onde corre a lama que resultou da tragédia de quinta-feira (5).
“Estamos monitorando a captação de água nas cidades e isso vai nos direcionar para alternativas, como carros pipa ou perfuração de poços para encontrar água, tratá-la e distribuir nas cidades”, afirmou o ministro. Occhi garante que “não há risco de contaminação por minério”. “O impacto é apenas na captação de água, que pode estar barrenta e enlameada e, assim, fica mais custoso fazer a captação”, completou.
O governo federal tem recebido relatórios periódicos sobre a situação em Minas Gerais e Espírito Santo, onde a lama deve chegar até segunda-feira (9) .
A CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, fez um prognóstico das áreas que deverão ser atingidas nos próximos dias.
A expectativa é que a lama chegue ainda neste sábado (7) à estação de captação de Belo Oriente e, neste domingo (8), ao Parque Nacional do Rio Doce e à estação de captação de Governador Valadares, todos em Minas Gerais. Na estação de Colatina, já no Espírito Santo, a lama deve chegar na segunda-feira (9), seguido a Linhares para, na terça-feira (10), desaguar no Oceano Atlântico.
Ainda de acordo com o ministro, além do monitoramento das águas e da busca por estratégias para impedir o desabastecimento nos locais atingidos, o governo “continua a procurar as vítimas”. Até a tarde deste sábado, a Defesa Civil contabilizava 19 desaparecidos -13 trabalhadores da mineradora e seis moradores.
Onda
O Comitê de Bacia do Rio Doce emitiu nota informando que a onda provocada pela ruptura de duas barragens em Mariana (MG) vai atingir a região de Belo Oriente, município de Minas Gerais, na tarde deste sábado (7).
A medição informada pelo comitê na estação de monitoramento anterior a esta cidade mostrou que a onda durou cerca de quatro horas e alcançou 1.900 metros cúbicos por segundo de água. Como medida de comparação, o Rio São Francisco tem hoje 900 metros cúbicos por segundo na sua principal barragem, em Sobradinho.
Para evitar problemas, as três usinas no caminho do Rio Doce, Baguari, Aimorés e Mascarenhas, estão operando com suas capacidades máximas, reduzindo seus reservatórios para minimizar os efeitos da chegada da onda.
De acordo com os dados do comitê, a onda de água deverá alcançar a região de Governador Valadares (MG) na madrugada de hoje, seguindo para o Espírito Santo onde deverá alcançar Colatina na tarde de segunda (9) e Linhares no mesmo dia à noite.
A nota do comitê de bacia pede para que as empresas que usam a água do Rio Doce tomem cuidado com suas áreas de captação e que a água deverá chegar com alterações de cor e com muita lama devido ao problema. Segundo a nota, a Samarco informou que os resíduos que vazaram eram compostos basicamente por areia mas que ainda está sendo analisado se há resíduos tóxicos.
“Recomendamos aos operadores de Sistemas de Abastecimento de água que incrementem a produção e reservação de água tratada até a chegada da onda de cheia e que somente retomem a captação a partir da melhoria das características físico-químicas da água, considerando suas possibilidades de potabilização”.
A Bacia do Rio Doce tem população estimada em torno de 3,5 milhões de habitantes, distribuída em 228 municípios, sendo 203 mineiros e 26 capixabas.
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