A oito dias do prazo final para a compra de automóveis com IPI reduzido, quem deseja comprar um carro novo pode ter dificuldade para encontrar algum modelo específico. Com as vendas em alta, faltam modelos nas concessionárias e algumas montadoras não conseguem atender à demanda do mercado.
O modelo campeão em tempo de espera em Maringá é o Cruze Sport 6, da General Motors. Para conseguir um modelo desses, os interessados podem aguardar até 120 dias nas filas das concessionárias Chevrolet da cidade. O Cruze Sport 6 completo custa R$ 73.957 e conta com itens de segurança como freios ABS, sistema PBA (Panic Break Assist), além de computador de bordo, câmbio automático com seis marchas entre outros itens de luxo. O carro é considerado o top de linha da marca.
Outros dois modelos da Chevrolet também estão em falta nas concessionárias de Maringá, com espera de pelo menos 30 dias. É o caso do Cobalt LTZ que custa, em sua versão completa, R$ 44.500. Já o Chevrolet Sonic é vendido no valor de R$ 56.100, com todos os itens de série é um dos preferidos dos amantes de carros esportivos da Chevrolet, de acordo com o gerente comercial da concessionária Zacarias Veículos, Gerson Dolemba.
O gerente explica que as vendas aumentaram logo após o anúncio de redução do IPI, no final de maio. "Foi o tempo dos clientes se organizarem. Desde junho temos um aumento significativo de vendas e, em agosto, alguns modelos ser tornaram escassos até mesmo nas fábricas."
Os carros populares da Ford também estão em falta na cidade. De acordo com Nelson Votta, gerente da Ford Center, não há disponibilidade dos modelos Fiesta Rocam, New Fiesta e Ford KA desde o início deste mês. Votta explica que a montadora não está conseguindo atender à demanda nacional. Assim como em Maringá, faltam carros populares da Ford em todo país. Os modelos variam entre R$ 23 mil e R$40 mil podem ser comprados com itens básicos ou adicionais de série.
A linha popular da concessionária Chanson Peugeot também acabou. De acordo com a gerente Iara Burg, os modelos XR, XS e XT da linha 207 também estão em falta há pelo menos um mês. "Não temos lista de espera porque não posso prometer um carro que eu não vou poder vender lá na frente com o preço do IPI reduzido anunciado", afirma.
Redução do IPI
Diante do desempenho fraco da economia, o governo decidiu pisar no acelerador e anunciou no dia 21 de maio um pacote R$ 2,7 bilhões para estimular o consumo, principalmente o de automóveis, e a aquisição de bens de capital. Assim como fez na crise de 2008 e 2009, o Planalto cortou impostos, liberou mais dinheiro para empréstimos e reduziu os custos de linhas de financiamento e, como naquela ocasião, a indústria automobilística foi a principal beneficiada. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as medidas são resultado de um compromisso "inédito" assumido entre governo, setor produtor e setor financeiro.
O governo zerou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis de até mil cilindradas e arrancou das montadoras um compromisso de reduzir a tabela de preços em 2,5%. Assim, o preço final dos populares caiu cerca de 10%. Para os modelos com motor entre mil e 2 mil cilindradas, o preço final sofreu redução média de 7%. "Isso atende à demanda do setor", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. No final de maio, Belini afirmou que os estoques estariam altos. "É preciso fazer girar a máquina da indústria automobilística."