Brasília Uma carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com duras críticas a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgada na quinta-feira no site do PSDB, provocou reação tanto no lado tucano quanto no petista. O presidente do PT, Ricardo Berzoini foi quem fez as críticas mais pesadas a FH. Para Berzoini, o ex-presidente está "querendo aparecer", mas é escondido pelo próprio partido. O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), preferiu usar a ironia ao dizer que FH ajuda Alckmin a perder votos. Já o candidato ao governo de São Paulo pelo PT, senador Aloizio Mercadante, desqualificou a carta e foi irônico ao dizer que o ex-presidente está "angustiado" porque nenhum candidato do PSDB o quer no palanque ou o coloca no programa eleitoral.
Do lado tucano, o senador Eduardo Azeredo chamou FH de "desleal, inoportuno e injusto". Na carta, o ex-presidente faz um mea-culpa e diz que o PSDB errou no caso em que Azeredo é acusado de fazer caixa-dois e tentou "tapar o sol com a peneira".
"Quando a bancada do partido no Congresso fez uma defesa, como fez, isso não é tapar o sol com a peneira. A bancada reconheceu a diferença entre os casos", afirmou o senador se referindo às denúncias sobre o mensalão.
Azeredo, que presidiu o PSDB até 2005, foi acusado de praticar caixa 2 na campanha de 1998 com a ajuda de Marcos Valério de Souza, envolvido depois no escândalo do mensalão. O deputado federal Rafael Guerra (PSDB-MG) também deixou claro que a carta de FH provocou um mal-estar entre os tucanos. "O que houve com o senador (Azeredo) não pode ser comparado com o que o governo e o PT fizeram", afirmou.
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