Dez anos após seu lançamento e com R$ 397 milhões já consumidos, o programa Cartão SUS mal saiu da fase piloto. Considerado uma proposta promissora para controlar gastos, melhorar as condições de atendimento e racionalizar o Sistema Único de Saúde, o cartão se resume hoje praticamente a um cadastro de números de pacientes, cuja veracidade em muitos casos nem mesmo é garantida.

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Num documento lançado no fim de 2008 para comemorar os 20 anos do SUS, o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) afirma ser imperdoável o cartão não funcionar de forma adequada. "A pergunta que devemos fazer é: quem lucra com o sistema pouco organizado?", diz a pesquisadora e integrante do Cebes, Lígia Bahia. Quando a ideia foi lançada, o programa era muito mais do que um simples cartão.

O projeto previa a criação de um sistema informatizado, de base nacional, por meio do qual seria possível acompanhar as informações de saúde dos usuários: quando e onde eles foram atendidos, quem os atendeu, o que foi receitado, que exames foram pedidos. A secretária atribui a lentidão do programa aos erros cometidos na sua implantação, sobretudo no projeto piloto. E afirma que, agora, um plano está em curso para corrigir os problemas.

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