Um trabalho escolar sobre violência policial ilustrado com uma caveira com a farda da Rota, força de elite da Polícia Militar do Estado de São Paulo, causou polêmica em Sorocaba, interior paulista.
O trabalho foi exposto por alunos da Escola Estadual Aggêo Pereira do Amaral e acabou replicado nas redes sociais. A PM emitiu nota considerando-o ofensivo à corporação e enviou representantes à escola para pedir sua retirada da exposição.
Na quinta-feira (17), os alunos fizeram um protesto em frente à escola, pedindo respeito à liberdade de expressão. O trabalho foi realizado após um ciclo de palestras para alunos das disciplinas de história e filosofia do segundo ano do ensino médio.
Segundo os autores, o objetivo foi “levar a uma reflexão do quanto a polícia viola os deveres morais, éticos e legais com ações que confrontam as leis”. Os alunos informaram terem usado como fonte reportagens do Estadão sobre recentes ações policiais que resultaram em mortes de suspeitos.
Na nota, a PM questiona a qualidade do professor Valdir Volpato, que orientou os alunos -- há um erro de concordância no texto de apresentação do trabalho -- e alega que ele agiu “de forma discriminatória, propagando e incutindo o discurso do ódio em desfavor de profissionais da segurança”.
Ainda segundo a PM, “estimular trabalhos apenas com pesquisas em internet, matérias jornalísticas e material de criação confeccionado por pessoas parciais, está longe de ser uma metodologia aceitável”. O professor informou que não se manifestaria.
A diretora da escola, Regina Viana, defendeu o trabalho, baseado no livro “Vigiar e Punir”, de Michel Foucault, e disse que a exposição será mantida até o final, previsto para a próxima semana. Ela informou que convidará a Polícia Militar para uma conversa com os alunos, mas ainda não definiu a data.
Nas redes sociais, a maioria dos internautas defendeu a liberdade de expressão, mas houve também defensores do trabalho da PM. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Sorocaba repudiou a interferência da Polícia Militar em matéria escolar.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora