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Crimes virtuais

Cartilha de ONG orienta pais sobre acompanhamento dos filhos na internet

Checar históricos de sites visitados, olhar páginas do Orkut e marcar cada passo dos filhos no mundo virtual são comportamentos cada vez mais comuns entre pais. A atitude de controle é motivada pelo aumento de sites na internet ligados a nazismo, racismo, pornografia e incitação à violência. A preocupação em educar sem passar dos limites e invadir a privacidade dos filhos levou uma ONG a criar uma cartilha para pais.

Pensando nos pais e professores que preferem afastar crianças e adolescentes da internet por conta do risco que ela traz, e também pretendendo usar a rede como aliada no desenvolvimento das crianças, o Comitê para a Democratização da Informática do Paraná (CDI-PR) desenvolveu a cartilha "Uso Responsável da Internet", com dicas de segurança e uso saudável. A coordenadora pedagógica do CDI-PR, Eliane Abel, ressalta que o medo dos pais não pode refletir na proibição do uso do computador. "Os pais e professores têm de participar, estar junto, orientar e prestar atenção também ao histórico de navegação", diz Eliane. Invasão de privacidade? A coordenadora acredita que não. "Na própria televisão a gente acaba interferindo quando uma programação acaba não sendo legal para os filhos. Não devemos colocá-los numa redoma, mas ajudá-los a evitar coisas ruins", diz.

A gerente administrativa Jandaia Batista, 47 anos, não tem medo de que sua preocupação se torne excessiva. Para controlar o uso que sua filha Tainá, 15 anos, faz da internet, o autoritarismo deixa espaço para muita conversa e orientação, mas sem deixar a disciplina de lado. Tainá usa a internet apenas três vezes por semana, para não atrapalhar os estudos. Reportagens sobre casos de violência que tenham a rede como pano de fundo estão na porta da geladeira ou no quarto. A filha prefere que a relação seja assim, de confiança, sem interferir na sua privacidade. "Não dá para ficar fuçando nas minhas coisas", diz a adolescente. A mãe afirma que, de vez em quando, olha os históricos de navegação, mas na maioria das vezes procura mesmo é "chegar junto". "Quero sempre saber com quem ela está conversando no Messenger, de onde vem, onde ela conheceu", diz.

A professora do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Mari Ângela Calderari, afirma que este controle do uso da internet é fruto de muitos aspectos da relação entre pais e filhos. "Não é só na internet e no orkut que deve haver respeito, sinceridade, verdade e uma relação transparente", diz. Mari só defende o direito do pai olhar um histórico de navegação dependendo do tipo de diálogo com o filho. "Se o pai percebe mentiras é necessário checar. Isso faz parte do papel de pai e mãe", diz.

O delegado titular do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), Demétrius de Oliveira, afirma que a maioria dos casos registrados de crimes que envolvem a internet relacionam crianças e adolescentes, tanto como vítimas ou como autoras das infrações. "Os pais têm de conversar mais com os filhos, orientá-los e saber que podem ser responsabilizados cível ou criminalmente", aconselha.

Serviço: A cartilha do CDI-PR é gratuita e está disponível para download no site http://www.cdipr.org.br

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