Responsável por manter o diálogo entre o governo federal e os movimentos sociais, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou hoje que "quem tentar politizar uma manifestação na Copa vai quebrar a cara".
Questionado se o governo temia uma politização das manifestações populares tal qual ocorre na Venezuela, o ministro reiterou que "não há risco porque o povo brasileiro sabe distinguir as coisas". No país vizinho, a oposição foi às ruas e o governo venezuelano afirma que os adversários tramam um golpe.
No Brasil, para o ministro, o povo não aceitará o uso de manifestações contra o Mundial como ação política. "Futebol é uma coisa, política é outra. O povo sabe muito bem quem tenta se aproveitar desse tipo de situação, portanto não tem problema", disse ao chegar para o evento no Ministério das Relações Exteriores.
O ministro admitiu que o que mais preocupa é a violência nos protestos que, segundo ele, foi importada de outros países. O governo prepara um projeto de lei para tentar aumentar penas para ações violentas em protestos.
ONU
Sobre a carta em que a Organização das Nações Unidas cobrou explicações do Brasil pelo uso excessivo da força policial nas manifestações, Gilberto disse: "Precisamos dizer ao mundo que o Brasil é extremamente democrático. O mundo vai ter que entender que o Brasil tem uma forma muito própria das manifestações".
Discriminação
Gilberto Carvalho também comentou o manual divulgado ontem pelo governo francês alertando para a falta de segurança em diferentes cidades brasileiras. A diplomacia francesa destacou o litoral paulista e o centro da capital de SP como áreas onde o turista precisa redobrar a atenção.
"A violência existe em qualquer lugar, em qualquer país. Eu já fui assaltado na França, na Itália. Não podemos aceitar essa discriminação ou qualquer atitude que mostre que o Brasil é um país inóspito e que ofereça risco ao turista".