Pioneiros
Veja a lista de alguns comércios pioneiros em Curitiba. Alguns deles já fecharam:
1878 Irmãos Mueller
1879 Marmoraria Vardânega e Casa Edith
1885 Indústrias Todeschini
1887 Casa Glaser
1888 Ferragens Irmãos Hauer e Impressora Paranaense
1890 Farmácia Essenfelder
1891 Emilio Romani
1896 Indústria J. Bettega
1897 Casa Hertel
1901 Leão Júnior
1916 Indústrias Langer, Casa Vermelha Ferragens e Walter e Cia
1918 Confeitaria Schaffer
1919 Minerva Comércio Farmacêutico
A labuta começava cedo. O funcionário saía com a carrocinha e uma caderneta com a missão de anotar o que faltava de comida na prateleira das casas dos curitibanos. Ao contrário de hoje, o comerciante é que ia até os clientes para vender seu "peixe". Nesse caso, era farinha, ovos, salame, batata e feijão. Com o pedido em mãos, era preciso voltar para pesar, embrulhar e, depois, entregar os produtos à tarde, na versão que atualmente se chama delivery, mas que já acontecia no comércio de Curitiba em 1878. Foi assim que começou um dos estabelecimentos mais antigos da capital, a Casa Glaser, que completou 125 anos em janeiro.
Os pedidos ficavam anotados e eram pagos no final do mês. Num livro caixa de 1893, guardado a sete chaves pelo atual administrador Mário Fernando Glaser, 74 anos, da terceira geração da família, constam cargas de farinha vindas do Rio de Janeiro. O sal vinha do Porto de Paranaguá, via ferrovia. Tinha também vinhos e licores e uma seção especial de cristais da região de Boêmia, na Áustria, de onde migrou a família que se instalou no Brasil.
Foi entre comida e cristais que a família Glaser prosperou. Hoje é um dos poucos comércios centenários que está aberto ininterruptamente. Mário mostra com orgulho o primeiro alvará, de 1887, que ainda está pendurado na parede da loja. "Nasci aqui e hoje minha filha assume os negócios", diz.
A casa que abrigava essencialmente o comércio de secos e molhados foi erguida em 1887, na rua chamada na época de Mato Grosso, atual Comendador Araújo. O comércio era no térreo e a família morava no andar de cima.
A casa foi demolida e deu lugar, em 1914, ao edifício que está até hoje na esquina das ruas Comendador Araújo e Visconde do Rio Branco. O comércio de secos e molhados foi abandonado porque já não rendia tanto. "Muitas cadernetas estão penduradas até hoje", diz Mário, sorrindo. Em 1925, passou a vender essencialmente ferragens, cristais e louças.
No centenário do comércio, em 1987, época do Plano Cruzado, a Glaser tinha cerca de 30 funcionários e 10 mil artigos. Em 2001, os irmãos dividiram os negócios: um ficou com os cristais e louças e o outro com as ferragens. A loja Glaser se especializa, então, no que sempre quis vender e que remetia às origens: cristais da Boêmia e artigos finos para casa. Foi com a reforma, em 2003, que a Glaser virou galeria e ganhou aos fundos um edifício de 24 pavimentos. "É um patrimônio da cidade que precisa ser mantido e preservado", diz Bianca Emanuelle Glaser, administradora da quarta geração.
O edifício de 1914 é Unidade de Interesse de Preservação. Já foi moradia no segundo andar, quando Mário se casou e para ali se mudou com a esposa. As duas sacadas, hoje com as portas fechadas, se voltam para o principal caminho que ligava Curitiba ao interior do estado, numa época em que pela rua passavam bondes puxados por mulas.
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