Ponta Grossa Sob o encanto da música "Eu sei que vou te amar", Zulmira Ribas Lima, 88 anos, entrou anteontem na Igreja Nossa Senhora da Saúde, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, para reviver a emoção de 1.º de maio de 1937, ao encontrar no altar Orlando Garcia de Lima, 92 anos, à sua espera. Casados há 70 anos, eles comemoraram Bodas de Vinho, ao lado de 90 familiares. Para o casal, a receita para um matrimônio duradouro é simples e envolve união, tolerância e compreensão.
A cerimônia seguiu o ritual que todo casamento merece. Orlando foi o primeiro a entrar, ao lado da filha Leila, de 69 anos, seguidos pelos padrinhos e a madrinha de aliança. A noiva Zulmira subiu ao altar acompanhada dos filhos Gelson, 64 anos, e João Henrique, de 59. O padre abençoou as alianças e relembrou a importância do casamento para o catolicismo.
A comemoração prosseguiu com um almoço em família num restaurante de Ponta Grossa e com o reencontro de parentes que não se viam há muito tempo. Gelson o filho do meio esteve no Brasil pela última vez há dois anos. Ele mora com a família nos Estados Unidos há 32 anos e veio especialmente para a cerimônia. "Essa data é a coisa mais linda do mundo. Eles estão bem de saúde e espero que continuem assim por muito tempo", disse. A irmã Leila considera que a união dos pais é "um exemplo de vida".
Zulmira tinha 14 anos quando conheceu Orlando, que já chegava aos 18. Eles moravam na Rua General Carneiro e eram vizinhos bem próximos. Enquanto os pais não estavam vigiando, trocavam olhares. "Minha mãe era muito enérgica", lembra Zulmira. Orlando respeitava a futura sogra. "Naquele tempo tinha que pedir permissão para pegar na mão", completa.
Entre namoro e noivado foram-se quatro anos. O casamento aconteceu na antiga Catedral, derrubada há cerca de 25 anos, no centro antigo de Ponta Grossa. Um ano depois veio a primeira filha, Leila, que hoje é viúva e cuida dos pais. Além dos três filhos, Zulmira e Orlando têm 10 netos e 11 bisnetos.