Um casal de médicos sofreu um sequestro-relâmpago, na noite de quarta-feira (10), quando chegava em casa, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Eles ficaram em poder dos bandidos por cerca de quatro horas. As vítimas só foram liberadas depois que os sequestradores sacaram dinheiro e fizeram compras usando cartões das vítimas.
De acordo com informações da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), o casal estava em um automóvel Sandero e se preparava para estacionar em casa, por volta das 23h30, quando foram rendidos por dois homens armados. As vítimas foram colocadas no banco de trás do veículo e obrigadas a se abaixar.
Um dos bandidos dirigiu o carro até uma chácara, em que havia uma casa para onde o casal foi levado. No cativeiro, havia mais oito bandidos, que mantiveram o homem e a mulher como reféns. De acordo com as vítimas, o grupo apagou as luzes e os orientava a permanecer de cabeça baixa.
Um dos integrantes da quadrilha pegou cartões bancários dos sequestrados e foi a caixas 24 horas, onde efetuou saques. De acordo com o delegado Silvan Rodney Pereira, titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), o grupo estava equipado com radiocomunicadores, por meio dos quais o cabeça repassava a senha ao bandido que estava na agência. Além de sacar dinheiro, os sequestradores também fizeram compras em lojas de conveniências e supermercados, usando cartões das vítimas. O prejuízo gerado pela ação da quadrilha não foi informado pela polícia.
Em depoimento, a mulher informou que um dos bandidos disse que tinha problemas pulmonares e que chegou a fazer uma "consulta verbal" para o sequestrador. Ao longo das quatro horas, o casal ficou sob a mira de pistolas, no cativeiro. O casal foi libertado por volta das 3h30, em uma estrada rural do bairro Tatuquara, em Curitiba. Os bandidos abandonaram também o carro das vítimas.
Nova modalidade
De acordo com o delegado Silvan Pereira, este caso trouxe uma novidade em relação a outros sequestros-relâmpagos que já ocorreram na capital. "Nos outros casos, as vítimas eram levadas até os caixas eletrônicos. Neste, surgiu a figura do cativeiro, que só eram usados em ações de maior duração", disse o delegado.
Para a polícia, os detalhes do crime revelam que a quadrilha está bem organizada, inclusive com funções definidas. "Percebe-se que há uma hierarquia dentro do grupo. É uma quadrilha que, pela maneira que está organizada, consegue cometer mais de um sequestro ao mesmo tempo", avaliou Pereira.
Nesta quinta-feira (11), a DFR tomou o depoimento das vítimas e iniciou as investigações. Como as vítimas praticamente não tiveram contato visual com os bandidos, não será possível elaborar retratos-falados dos sequestradores.
Outros casos
No dia 14 de outubro, um casal sofreu um sequestro relâmpago, no estacionamento de um supermercado no bairro Cristo Rei. Eles foram levados no próprio carro a um caixa eletrônico, onde foram obrigados que sacar dinheiro e entregar aos bandidos.
Em seguida, eles foram levados a um supermercado e tiveram que fazer compras, acompanhados dos sequestradores. Os autores do crime levaram os produtos até uma residência no Cajuru e descarregaram as mercadorias. As vítimas foram libertadas minutos depois, no mesmo bairro.
No dia 19 de outubro, dois homens foram presos, depois de sequestrar o proprietário de uma loja de som automotivo. A vítima foi rendida e levada no próprio carro pelos bandidos. O veículo foi levado até uma residência no bairro Cajuru, onde homens retiraram os equipamentos de som do carro.
Quando eles trafegavam com o sequestrado, o alarme do automóvel disparou e os bandidos acabaram presos por policiais militares que faziam ronda no bairro.
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