A Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à Igreja Católica, havia incluído o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, mortos a tiros na última terça-feira em Nova Ipixuna (481 km de Belém), em uma lista de pessoas ameçadas no Pará. Segundo o advogado da CPT José Batista Afonso, órgãos do governo federal e do governo do Pará receberam esse documento. Os corpos dos líderes seringueiros foram enterrados ontem em Marabá (PA).
Clara Santos, 24 anos, sobrinha do casal, disse ontem que seus tios recebiam ameaças por denunciar madeireiros da região. Eles moravam no assentamento extrativista Praialta Piranheira, na zona rural de Nova Ipixuna, e a casa deles chegou a ser invadida várias vezes quando não estavam. "Nós sabemos que o gato vai atrás do rato. Só falta saber qual gato foi o responsável dessa vez", disse Clara. Em um dos eventos de que participou na Amazônia, José Cláudio disse que vivia "com uma bala na cabeça" e que madeireiros queriam fazer com ele o mesmo que fizeram com Chico Mendes, assassinado no Acre, e com Dorothy Stang, no Pará.
A Polícia Civil do Pará ainda não tem pistas dos assassinos. Dois homens atiraram no casal quando ele deixava o assentamento. A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso a pedido da presidente Dilma Rousseff.
Na quarta-feira, a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a Ouvidoria Agrária (ligada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário), o Ibama e o Incra afirmaram não ter registros de denúncias. O ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho, disse que José Claudio não constava em nenhuma relação de ameaçados em conflitos agrários elaborada pela ouvidoria ou pela Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo.
"Ele e seu advogado nos procuraram em novembro do ano passado, mas quando íamos nos reunir, eles cancelaram. Depois nunca procuraram marcar outra data", disse Silva Filho. Segundo ele, sem detalhar a ameaça Silva não poderia ter apoio do ministério.
Familiares e amigos acompanharam o enterro do casal. Uma manifestação de movimentos sociais, familiares e amigos paralisou um trecho da BR-155, em Marabá, e impediu a passagem de um trem da Vale. A ponte do Rio Tocantins foi bloqueada das 5 às 10 horas.
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