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Os pais do bebê morto com sete dias de vida, supostamente em decorrência de abuso sexual, se apresentaram à polícia na noite de anteontem. Eles tiveram a prisão preventiva decretada na última sexta-feira, quando o bebê morreu no Hospital Mater Dei, em Curitiba, e, desde então, estavam foragidos. A secretária de 29 anos e o assessor parlamentar de 31 anos chegaram ao Núcleo da Criança e do Adolescente (Nucria), que assumiu o caso, por volta das 19 horas, na última terça-feira. Acompanhados por um advogado, eles prestaram depoimentos até o meio-dia de ontem.

Os dois foram ouvidos separadamente e, de acordo com a delegada Paula Christiane Brisola, que responde interinamente pelo Nucria, não houve contradições significativas nos relatos. Eles negaram a acusação e disseram que se o abuso realmente aconteceu pode ter sido no hospital ou ainda praticado por uma vizinha que os ajudou a cuidar do bebê. Nos depoimentos, ambos disseram que não fugiram e que apenas não se sentiram confortáveis de voltar para casa depois do falecimento do bebê.

A polícia deve continuar ouvindo familiares e amigos dos pais, além de pessoas envolvidas de alguma forma no caso. Até ontem, fora o casal, a delegada havia colhido depoimento do médico, da psicóloga e das duas assistentes sociais do hospital que atenderam o bebê. Na casa e no escritório do pai foram recolhidos documentos, fitas de vídeo e CDs que estão sendo analisados pela polícia. Ainda na segunda-feira, na casa da família, a polícia achou material utilizado em práticas sadomasoquistas.

Os dois estão mantidos em celas separadas e isoladas no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e devem permanecer detidos por pelo menos mais cinco dias, quando vence o prazo da prisão provisória. A delegada, entretanto, afirma que vai pedir o prolongamento do tempo de detenção até que o inquérito seja instaurado. Para tanto, será preciso esperar o resultado da autópsia que está sendo realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) e que deve sair dentro de 15 dias. O corpo do bebê também não deve ser liberado até que o laudo saia.

A suspeita dos pais terem praticado o suposto abuso veio da equipe que atendeu o bebê no Hospital Mater Dei. O médico Luvercy Rodrigues Filho, chefe do setor neonatal do hospital, rebateu a versão do casal de que a criança pode ter sofrido abuso no hospital. Segundo ele, a criança chegou por volta da meia-noite de quarta-feira no hospital com escoriações e necrose na região do ânus e dois dias depois morreu em decorrência de infecção causada pelos ferimentos.

Em função da gravidade da acusação, a Gazeta do Povo continuará omitindo os nomes dos suspeitos até que haja a comprovação do suposto crime.

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