O casal suspeito de matar a filha de um ano e sete meses nesta quinta-feira (6), em Uberaba (MG), foi transferido para um presídio na cidade. Eles estão presos em celas separadas, segundo a Polícia Civil.
Peritos apontaram, em laudo preliminar, que a criança morreu devido a agressões físicas, segundo o registro policial. O corpo apresentava hematomas, lesões no rosto e indícios de fratura no braço direito.
O corpo da menina foi liberado pelo IML (Instituto Médico Legal) na manhã desta sexta-feira (7) e será sepultado por familiares no começo desta tarde no cemitério São João Batista. Não haverá velório.
O delegado responsável pelas investigações, Luiz Tortamano, afirmou que o inquérito deve ser concluído em dez dias. Até lá, o casal deve permanecer preso. Eles ainda não têm advogado para defesa.
O laudo da necropsia feita no corpo da menina deve sair na próxima semana. A partir dele, a polícia deverá indiciar o casal por homicídio ou tortura com resultado de morte.
Crime
De acordo com a polícia, os pais acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por volta das 10h30. Por telefone, informaram que a menina havia caído do berço e estava sem respirar.
A ambulância chegou na casa 15 minutos depois, mas a equipe constatou que a menina estava morta há aproximadamente oito horas. A Polícia Militar foi acionada.
Testemunhas ouvidas pelos policiais no local relataram que o casal já havia perdido anteriormente a guarda da criança e de outros cinco filhos em função de denúncias de violência.
A situação foi confirmada pelo Conselho Tutelar e os pais foram levados à delegacia para interrogatório. Eles prestaram depoimento durante toda a tarde desta quinta-feira.
Durante a ação, um grupo de pessoas tentou agredir os suspeitos, mas foram contidos pelos policiais.
Segurança
Após a morte da menina, os outros cinco filhos do casal ficaram sob os cuidados do Conselho Tutelar e foram encaminhados provisoriamente para um abrigo de menores em situação de risco.
A família havia dois anos estava sendo acompanhada por uma equipe do Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social).
Em 2012, o casal perdeu a guarda dos filhos e as crianças foram abrigadas por um ano em uma instituição da cidade.
"A gente estava acompanhando a família. Toda a situação de risco vivenciada anteriormente não existia mais. Por isso, os filhos foram entregues novamente aos pais", afirmou a coordenadora do Creas, Michelle Carvalho.
De acordo com ela, nenhuma ocorrência de violência doméstica tinha sido registrada desde que as crianças voltaram à convivência dos pais, há um ano.
"Infelizmente, aconteceu essa situação que não tinha como ser prevista. Já fizemos contato com a Promotoria e o Juizado de Menores. Todas as medidas necessárias de proteção às crianças foram tomadas", disse.
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