A Defesa Civil estuda a demolição de casas em área de risco no Morro da Carioca, no Centro de Angra dos Reis, região onde 17 pessoas morreram após a chuva que causou deslizamentos na cidade. No total, já são 46 mortos no município, sendo 29 vítimas do deslizamento na enseada do Bananal, na Ilha Grande.
A retirada das casas só deve acontecer após o resgate das vítimas dos escombros.
Segundo Valdo do Amaral, da associação de moradores do Morro da Carioca, pelo menos 60 famílias que vivem em áreas de risco já deixaram a região, seguindo a recomendação da Defesa Civil. A maioria foi para casas de parentes, mas parte dos desalojados foi para uma escola estadual, que serve de abrigo.
"Moro aqui há 15 anos. É a primeira vez que vejo uma tragédia como essa. Perdi várias pessoas que conhecia", disse Valdo.
Geladeira pelo muro
Uma família que vive no Morro da Carioca teve de retirar seus pertences na manhã desta segunda-feira (4). A secretária Carmem Adriane Maia Reis, 41, que mora com o filho, a nora e a neta de seis meses tirou o que pode da casa, inclusive uma geladeira, que saiu por cima do muro. O local foi invadido pela lama e uma pedra atrás do imóvel ameaça rolar.
Seu irmão, o enfermeiro Thiago Maia Reis, de 27 anos, também teve seu imóvel destruído. "Graças a Deus eles estavam na Ilha da Jipoia, no réveillon, onde um outro irmão nosso tem um restaurante. Só soubemos da tragédia às 6h da manhã do dia 1º e corremos pra cá. Mas já estava tudo cheio de lama", conta a outra irmã, Denise Maia Reis.
Buscas
As buscas por vítimas dos deslizamentos em Angra dos Reis entraram no quarto dia na manhã desta segunda-feira (4). Segundo a Defesa Civil, há pelo menos seis corpos desaparecidos.
Entre as vítimas, três moradores estariam nos escombros do Morro da Carioca e uma moradora e duas turistas, na Ilha Grande. O resgate do início da noite elevou para 46 o número de mortes pela chuva, sendo 29 deles na Praia do Bananal e 17 no Morro da Carioca. No total do estado, as chuvas entre quarta-feira (30) e sexta-feira (1º) mataram 68 pessoas.
As buscas, com homens da Defesa Civil, Marinha, Polícia Militar e Instituto Estadual do Ambiente, não têm data para terminar. Segundo a secretaria, mergulhadores, oito cães farejadores e quatro retroescavadeiras reforçam a busca.
Corpos identificados
À medida que os corpos são reconhecidos, os nomes são divulgados pela prefeitura de Angra dos Reis e pelo Instituto Médico Legal do Rio.
Para informações sobre Angra, a Defesa Civil municipal disponibiliza os seguintes telefones: (24) 3377-7991 / 3777-7480.
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