A cientista social Luciana de Morais, que foi uma das responsáveis pela produção do documentário Pra Ver a Umbanda Passar, em 2007, diz que a ideia da campanha do conselho é interessante, mas faz algumas ressalvas. Segundo a estudiosa, a dúvida é em que medida o movimento vai refletir em resposta dos praticantes, a partir do censo de 2010.
Na pesquisa realizada para o projeto apresentado no Seminário de Patrimônio Imaterial da Prefeitura de Curitiba, naquela época, foi possível perceber que há muitas entidades que não participam de associações e órgãos que pretendem dar a legitimidade à religião, por problemas políticos; assim como existe um grande número de locais clandestinos. Esses dois fatores, conforme ela, poderiam subnotificar as estatísticas. No entanto, se a resposta ao próximo censo for positiva, ela acredita que o resultado vai trazer legitimidade à religião, através dos meios formais. "O mais importante em pensar em números é verificar como a umbanda é reconhecida no cenário brasileiro, transitando por diversas matrizes." A socióloga ressalta que a própria inserção da opção religiosa diz respeito a um tempo de tolerância; a uma aceitação da sociedade no que se refere à diversidade humana em todas suas variantes.
O trabalho
O grupo desenvolveu o estudo qualitativo de 58 centros de umbanda e os resultados mesmo não pretendendo traçar um perfil da religião em Curitiba demonstraram que os locais visitados estavam concentrados em bairros que faziam parte da Regional do Boqueirão, especificamente no Boqueirão, Alto Boqueirão e Xaxim com 25,30%. Cerca de 25% se autodenominavam pelos dirigentes religiosos como sendo de umbanda e candomblé. A média de frequentadores semanais ficou entre 31 e 50 (com 29,09%) e mais de 50 seguidores com 23,64%, totalizando a grande parcela de adeptos.