Estudante foi encontrada morta na casa de máquinas da Unopar, em 2007| Foto: Arquivo pessoal

Irão a júri popular os três suspeitos de assassinar a estudante Amanda Rossi, encontrada morta dentro da casa de máquinas da Universidade Norte do Paraná (Unopar), em 27 de outubro de 2007. Apontados como autores do crime, Dayane de Azevedo, 27 anos, Alan Aparecido Henrique, 29, e Luiz Vieira da Rocha, 35, estão presos desde o fim de 2008. A sentença foi pronunciada dia 14 pela juíza da 1.ª Vara Criminal de Londrina, Elizabeth Kather.Na decisão da magistrada, à qual o Jornal de Londrina teve acesso, o crime foi classificado como triplamente qualificado, por motivo torpe (mediante promessa de recompensa), cruel (por esganadura) e dissimulado (sem chances de defesa da vítima). A pena máxima pode chegar a 30 anos. A defesa pode recorrer da decisão. A expectativa é que o julgamento ocorra no ano que vem.

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Depois de 2 anos e nove meses, a decisão encerra mais um capítulo de um crime que "não teve motivos aparentes", como consta no pronunciamento da juíza. Um homicídio sem testemunhas, com três acusados presos, sendo que um deles, Dayane, confessou a participação, embora não exista prova material que aponte efetivamente a ligação dos presos com o assassinato de Amanda Rossi.

No fim do ano passado, a polícia prendeu Dayane, Henrique e Rocha. O embasamento das prisões foi o depoimento da moça, que confessou ter participado do assassinato e apontou os dois rapazes como executores. Esse depoimento é a prova mais contundente utilizada pela acusação contra Rocha e Henrique.

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Para a promotora criminal Suzana Lacerda, as provas são consistentes e a condenação dos três é possível. Ao ser questionada sobre a falta de uma prova material que ligue os suspeitos ao crime, ela cita como exemplo o caso do goleiro Bruno. "Este caso (o da Amanda) é um crime que ninguém viu. Então não vamos ter uma cidade de testemunhas. A partir do depoimento da Daya­ne foi montado um quebra-cabeça com todas as dificuldades de in­­vestigação", afirma.

Uma das dificuldades apresentadas pela promotora foi o fato de Luan da Silva Freitas ter se declarado culpado, no início das investigações, porém ele não teve participação no crime. "Nesse ponto, acho que teve dedo do mandante do crime, mas não tivemos como avançar", diz. No pronunciamento, a juíza enquadrou Freitas no crime de autoacusação falsa.

Suspeitos presos

Na sentença, a juíza Elizabeth Kather declarou que Dayane, Ro­­­cha e Henrique devem continuar presos até o julgamento. Segundo ela, "os réus são pessoas perigosas, haja vista a gravidade do delito, em tese, cometido pelos mesmos, sendo que foram protagonistas de um crime de gravidade indiscutível, mostrando-se nocivos ao meio social. (...) É oportuno esclarecer que os réus em liberdade representam verdadeiro descrédito à Justiça, assim como, geram comoção e insegurança na população."

E o mandante?

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A Polícia Civil continua investigando quem seria o mandante do crime. Para a promotora Suzana Lacerda, esse é o ponto que não avançou. "É um crime difícil e que não encaminhou do jeito que gostaríamos", diz.

Em depoimento, que consta na sentença da magistrada, Dayane afirma que o crime teria sido praticado a mando de uma professora e que Henrique e Rocha receberiam R$ 3 mil. No entanto, a polícia não encontrou nenhuma prova que incriminasse a possível mandante.