Caso Bárbara: amigos e familiares relembram 7º dia de morte da garota

Amigos e familiares da adolescente que morreu depois de ser atingida por um tiro durante um suposto confronto entre criminosos e policiais militares, na semana passada, em Curitiba, participaram na manhã desta terça-feira (7) de celebrações para relembrar os sete dias da tragédia. Três missas de sétimo dia foram realizadas no auditório da Escola Estadual Santa Cândida, onde Bárbara Silveira Alves, de 16 anos, estudava. Leia matéria completa.

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A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) confirmou, nesta terça-feira (7), que houve confronto entre três policiais e criminosos após assalto a um restaurante no bairro Santa Cândida, em Curitiba, na semana passada. O caso resultou na morte de Bárbara Silveira Alves, de 16 anos. Ela saía da escola quando foi atingida por uma bala perdida, disparada pela arma de um dos policiais envolvidos ocorrência.

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Testemunhas da ocorrência chegaram a dizer ao site Paraná-Online que os assaltantes não teriam atirado contra os policiais, colocando em dúvida a versão do conflito.

Porém, em nota encaminhada por meio de sua assessoria de imprensa nesta terça-feira – o segundo posicionamento oficial da PM, quase uma semana depois do crime – a corporação diz que, em relação ao confronto armado da semana passada, os policiais "tinham como intenção a prisão dos marginais, sem jamais almejarem a morte da jovem que transitava em via pública".

A PM confirma a informação já divulgada durante as investigações iniciais, de que os policiais estavam no restaurante no momento em que o estabelecimento foi invadido por dois assaltantes. Por isso, segundo o órgão, a intervenção "se deu com vistas à repressão imediata de um crime de roubo com arma".

A corporação reafirmou ainda a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar os fatos, bem como o encaminhamento das armas usadas pelos policias ao Instituto de Criminalística, para "fins de confrontação balística".

Na nota, a PM nega qualquer forma de corporativismo "com vistas a acobertar o fato". O órgão disse ainda que, além de afastados, os três policiais envolvidos foram encaminhados para avaliação psicológica. O afastamento será mantido até que o inquérito da Polícia Militar seja concluído – prazo que não foi citado. Depois das conclusões oficiais, o Comando-Geral deverá deliberar a respeito "de outros encaminhamentos de ordem administrativa".

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Quanto ao uso de armas por parte dos militares, a assessoria de imprensa da PM disse que a questão é "disciplina constante em todos os cursos de formação e de instruções no âmbito da Polícia Militar do Estado do Paraná". A corporação afirmou que, ainda no mês passado, havia criado "instrução de nivelamento quanto ao uso de arma de fogo para todo o contingente PM". O processo, de acordo com a nota, foi desencadeado recentemente.

Relembre o caso

Bárbara morreu na última quarta-feira (1º.). Ela saía da Escola Estadual Santa Cândida, por volta do meio-dia, e foi atingida por uma bala perdida. A adolescente chegou a ser socorrida por uma equipe em um helicóptero e deu entrada no hospital Cajuru, por volta das 13h30, mas faleceu 20 minutos depois.

Uma testemunha que presenciou o fato - e que preferiu não se identificar - relatou que a garota ficou ferida depois de ser atingida por uma bala perdida, em um confronto entre policias militares à paisana e assaltantes que tentavam roubar um restaurante.

De acordo com a proprietária do restaurante assaltado, Silvana Giovanella, um homem, que se passou por cliente do estabelecimento, após pedir almoço, rendeu os filhos dela. "Ele pediu dinheiro, apontou uma arma para meu marido também". O homem saiu do local e dois clientes, que seriam os dois policiais militares, perguntaram se a situação se tratava de um assalto.

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Os policiais, que estavam à paisana, seguiram o suspeito, que estava com outro homem do lado de fora - este dava cobertura para o primeiro homem durante o assalto. Após abordagem, houve a troca de tiros e o ladrão conseguiu fugir, mas uma das balas atingiu a garota. De acordo com Enio Giovanella, um dos proprietários do restaurante, foram disparados três tiros durante a confusão.