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Os três anos do acidente foram lembrados com cruzes brancas | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Os três anos do acidente foram lembrados com cruzes brancas| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Acontecimentos

Veja o desdobramento do caso:

• 2009

7 de maio – Morte dos jovens Gilmar Yared e Carlos Almeida e ferimentos em Carli Filho

29 de maio – Renúncia do cargo do ex-deputado Carli Filho

26 de agosto – Denúncia do Ministério Público contra Carli Filho por duplo homicídio doloso eventual

• 2010

10 de agosto – Carli Filho fala pela primeira vez em juízo e diz não se lembrar dos fatos

• 2011

17 de janeiro – 2ª Vara Criminal pronuncia Carli Filho e determina júri popular

7 de maio – Protesto na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, lembra os dois anos do acidente

16 de junho – Tribunal de Justiça mantém decisão de júri popular

• 2012

Atualmente – Tribunal de Justiça aguarda pareceres da defesa e acusação para decidir se encaminha, ou não, o caso para os tribunais superiores em Brasília

O acidente que matou os jovens Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, e feriu o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho completou três anos ontem. Sem manifestações ou cultos, o cruzamento onde ocorreu o acidente, em Curitiba, recebeu faixas em lembrança às vítimas. O ex-deputado responde ao andamento da ação em liberdade e pode ir a júri popular entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2013, conforme previsão da assistência de acusação.

O ex-deputado foi denunciado pelo Ministério Público e pronunciado em primeira instância por duplo homicídio com dolo eventual (quando não se tem a intenção de matar, mas assume-se o risco pelos atos). Carli Filho iria a júri popular de acordo com parecer da Justiça, dado em janeiro do ano passado, porém a defesa recorreu em segunda instância ao Tribunal de Justiça do Paraná. Os desembargadores mantiveram a decisão e a realização do júri, mas houve novo recurso da defesa.

Carli Filho estava alcoolizado e trafegava com velocidade entre 161 e 173 quilômetros por hora no momento da colisão com o carro das vítimas, conforme o Instituto de Criminalística. Dessa forma, a acusação requereu a embriaguez como qualificadora do crime, no entanto, os desembargadores desconsideraram o fator. Mesmo sem as qualificadoras, a pena pode variar de 9 a 30 anos.

Por isso, acusação e defesa recorreram das decisões e, atualmente, o Tribunal de Justiça aguarda as contra-razões para então examinar se encaminha o recurso da acusação para o Superior Tribunal de Justiça e o recurso da defesa para o Supremo Tribunal Federal. "O processo está aguardando o pronunciamento final da defesa para remessa ao vice-presidente do Tribunal de Justiça que decidirá se os recursos seguirão ou não para os tribunais superiores em Brasília", afirma o assistente de acusação, Elias Mattar Assad.

Um dos advogados do escritório de René Dotti, que atende o ex-deputado, Gustavo Scandelari, acrescenta que também há pendências da acusação. "Os autos estão nas mãos da acusação desde 17 de abril para eles se manifestarem sobre recursos da defesa", completa. Após tramitados todos os prazos, o TJ ainda pode definir pelo júri popular sem encaminhar o processo para Brasília. Neste caso, a defesa ainda tem uma última chance de recurso, porém, o caso passaria a tramitar mais rapidamente.

Família

Após o acidente, o ex-deputado renunciou ao cargo e passou a morar em Guarapuava, na Região Central do estado, onde cuida dos negócios da família. A mãe de Gilmar, Christiane Yared, montou em junho de 2010 o Instituto Paz no Trânsito, que presta assessoria em autoescolas e ministra palestras em escolas e empresas. "O instituto é uma ferramenta para ajudar a sociedade e temos colhido vitórias: são frutos da dor que sofremos", diz Christiane.

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