Lucro - Tráfico rendia R$ 2 mi por mês
A Operação Fênix, deflagrada pelo Ministério Público e a Polícia Militar, prendeu 45 acusados de integrar quadrilhas de traficantes que agiam em Curitiba e região metropolitana. Dois deles foram soltos no decorrer do processo. Porém 43 permaneciam presos até o habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Muitos dos detidos na época também eram suspeitos de outros crimes.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a quadrilha seria responsável por pelo menos 30% da droga vendida na capital e municípios vizinhos em 2007, ano das prisões. A droga sairia de Foz do Iguaçu. O grupo arrecadaria cerca de R$ 2 milhões por mês. Foram tantas as prisões, de uma só vez, que a apresentação dos presos e do material apreendido foi realizada no ginásio de esportes da PM. Mais de 150 policiais trabalharam na ação.
A promotora Marla de Freitas Blanchet, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP-PR), pede há mais de um ano a quebra de sigilo bancário e fiscal da delegada Márcia Rejane Vieira Marcondes e do investigador José Antônio Braga. O juiz Fernando Swain Ganem, da Vara Criminal de Colombo, não nega, mas também não aceita o procedimento. Impasse que atrapalha o andamento das investigações.
"A investigação parou por causa disso", afirma a promotora. Os dois policiais civis são réus em uma ação penal em Colombo, cidade da Grande Curitiba onde atuavam até meados de 2009. Eles foram denunciados pelo MP-PR sob acusação de participar de um esquema de extorsão de pessoas detidas por tráfico de drogas. Na época, quase todos os policiais da delegacia do Alto Maracanã foram presos por suspeita de envolvimento nos supostos crimes. Além de Márcia e Braga, foram detidas mais 38 pessoas durante a ação, desencadeada pelo Gaeco e pela Secretaria de Estado da Segurança Pública .
"O sigilo daria um panorama da renda lícita dela. Veríamos realmente se a renda comportaria todas as despesas que tem", explica Marla. A promotora afirma que a delegada tem uma lancha em seu nome no valor de R$ 70 mil, além de um apartamento no bairro Batel, localização nobre de Curitiba. Braga, conforme Marla, tinha, na época, um montante de dinheiro em conta bancária que não condizia com sua renda. A informação apareceu durante a busca e apreensão ocorrida no dia da prisão dos policiais.
Embora não tenha respondido o pedido da promotora, Ganem concedeu a restituição de diversos bens dos suspeitos durante esse tempo. A quantia de R$ 9 mil, apreendida no guarda-roupa da delegada, foi devolvida. Além disso, o magistrado também devolveu um veículo Vectra, entregue ao cunhado de um dos detidos na época. "O Vectra era objeto de extorsão e foi restituído", lamenta a promotora.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o juiz Ganem disse que não falaria sobre o caso em razão de o processo estar em andamento, assim como a sequência das investigações.
O advogado da delegada Márcia, Beno Brandão, afirma que desconhece documento ou investigação que mostre que a policial tenha patrimônio incompatível com o salário da função que ela exerce. O investigador Braga informou que também desconhece tal investigação e que o patrimônio que tem foi adquirido nos mais de 20 anos como servidor da polícia. Além disso, nega, assim como a defesa da delegada, qualquer participação no esquema de extorsão do Alto Maracanã. Braga diz que é defendido pela própria filha no caso por falta de dinheiro.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião