Percepção
Segundo a secretária municipal do Idoso, Maria Inez Mazzer Barroso, ainda é um desafio para a sociedade ampliar a percepção sobre o idoso. "Ele vai à UBS com um machucado e só é tratado esse machucado. A rede precisa conseguir olhar para ele e saber se aquilo não é consequência de outra coisa."
Rosalina Pereira dos Santos, 86 anos, se vira muito bem sozinha. Com a saúde em dia, ela frequenta o Centro de Convivência da Pessoa Idosa, em Londrina, quase todos os dias. Cautelosa, a filha Leni Pereira dos Santos prefere levá-la a deixá-la ir sozinha. "Ela não gosta, mas fico muito preocupada", conta.
Leni é um exemplo de atenção e cuidado com a mãe idosa. Infelizmente, nem todas as famílias agem assim. Segundo a assistente social e ex-secretária municipal do Idoso Liz Clara Campos, a negligência e a violência psicológica são as principais causas de denúncias feitas pelos idosos na cidade do Norte do estado. Liz trabalha com a terceira idade há dez anos. Durante esse tempo, teve contato com vários casos de violência contra idosos. "A legislação coloca a responsabilidade sobre a família, e a família é a instituição que mais causa a violência."
A assistente social destaca o caso da idosa de 78 anos que foi agredida pela sobrinha, de 43, a vassouradas em Guaratuba, no Litoral. No vídeo, gravado por um vizinho e que ganhou repercussão nacional nesta semana, a sobrinha aparece batendo e esfregando a vassoura no rosto e em outras partes do corpo da idosa. A agressora foi presa pelo crime de tortura.
Segundo Liz, esse tipo de violência costuma ser resultado do uso de álcool e de drogas pelos cuidadores e também dos vínculos fragilizados entre familiares. "Muitos desses casos acontecem por um histórico de vida. 'Não cuido dele porque ele nunca cuidou de mim.' É questão de afeto e muitas vezes não é unilateral."
Alerta
Para alertar os profissionais da rede básica de saúde sobre esse tipo de violência, Liz falou ontem a dezenas de profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), num evento do município em comemoração ao Mês do Idoso. "Por medo ou por afeto, o idoso não denuncia a violência sofrida na família. O que aparece é só a ponta do iceberg. Por isso, esses profissionais que têm contato direto com eles precisam ter o olhar voltado para [detectar] a violência", pondera a assistente social.
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