Cão vive hoje com nova dona
Cinco meses após ter as patas traseiras amputadas, Falcão leva uma vida normal em seu novo lar. De diferente, só o fato de ter de se arrastar para se movimentar. Ele não se adaptou à cadeira de rodas adquirida pela sua nova proprietária. Quando está com o equipamento, que foi feito sob medida, o cachorro se movimenta muito pouco. Prefere levantar o quadril e se equilibrar nas duas patas que restam.
A nova proprietária do cachorro bancou todos os custos com a cirurgia e pós-operatório (como parte dos ossos das patas traseiras ficaram expostos após a mutilação, eles tiveram que ser totalmente amputados). "Logo após a cirurgia, ele gritava de tanta dor, tentava me morder quando ia trocar os curativos. Ele sofreu muito, mas hoje está bem", afirma a nova proprietária, que prefere não ter o nome identificado. Desde que chegou ao novo lar, Falcão já adquiriu cinco quilos e hoje tem uma cama só sua na sala da casa da nova dona.
A antiga proprietária, que mora em um chácara vizinha à do acusado de ter mutilado Falcão, doou-o por não ter condições de arcar com o tratamento. Mesmo assim, ela visita Falcão freqüentemente. "Quando ela chega o Falcão faz a maior festa", diz a nova dona.
Defensores dos direitos dos animais, liderados pela Sociedade Protetora dos Animais (SPA), estarão de vígilia nesta segunda-feira (23) no fórum de Bocaiúva do Sul, região metropolitana de Curitiba, na tentativa de transformar em bandeira um dos casos mais chocantes de maus-tratos a animais. Está marcada para as 15 horas a segunda audiência do caso Falcão, o cachorro vira-lata que teve as duas patas traseiras mutiladas em outubro do ano passado. Na primeira audiência, em dezembro, o acusado do crime, Claudinei Slompo Viana, não compareceu.
O caso
Slompo é acusado de ter decepado as duas patas traseiras de Falcão com um facão após o cachorro ter atacado uma galinha no quintal da chácara onde vive. Não só o laudo de um médico veterinário anexado ao termo circunstanciado expedido pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, mas principalmente as duas cicatrizes que o cachorro tem mostram que quem cometeu o crime também tentou extirpar os membros dianteiros. "A gente espera que esse seja um caso divisor de águas, que o responsável receba pena máxima. Não dá para distinguir quem faz isso com um animal de quem faz isso com um ser humano", comenta a vice-presidente da SPA, Soraya Simon.
Soraya relata que casos de maus-tratos a animais chegam todos os dias à SPA. Dos cerca de 650 cães e 130 gatos que vivem na sociedade, no bairro Santa Cândida, a maioria, afirma Soraya, é vítima de maus-tratos. "Eles chegam doentes ou machucados, muitas vezes porque o dono não cuida direito", aponta.
O promotor Sérgio Luiz Cordoni, da Promotoria do Meio Ambiente, afirma que o simples fato de manter o animal em um lugar inapropriado já configura mau-trato. "Se o animal estiver num local onde não pode se movimentar direito, por exemplo, já configura essa situação. A dignidade dele deve ser mantida", ilustra. Por semana, a Promotoria do Meio Ambiente recebe em média de três a quatro denúncias de maus tratos. Já a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente lavrou 40 termos circunstanciados de maus tratos nos últimos 12 meses o número em todo o estado é maior, já que cada delegacia pode expedir o documento à Justiça.
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