A Polícia Civil concluiu, na terça-feira (4), o inquérito que apurava o caso do jovem Guilherme de Carvalho Köerich, que teve a perna amputada após sofrer uma queda na saída do James Bar, em Curitiba, em maio deste ano. O segurança da casa, Arthur Hoffomann Neto, foi indiciado por lesão corporal gravíssima. Para o delegado Rogério Martin de Castro, do 3º Distrito Policial (DP), o rapaz foi agredido pelo funcionário do bar. Três clientes do estabelecimento que foram ouvidos na apuração policial serão investigados por falso testemunho.
A decisão da polícia é embasada, principalmente, no depoimento de clientes que estavam do lado de fora da casa, quando o jovem deixou o estabelecimento e foi perseguido pelo segurança. Segundo Martin de Castro, as testemunhas contaram detalhadamente que o funcionário do bar agrediu Guilherme com um chute. "Por conta da força e da consistência do conjunto probatório testemunhal, decidi pelo indiciamento", resumiu o delegado. Mais de 25 pessoas foram ouvidas ao longo das investigações.
Clientes serão investigados por falso testemunho
Imagens captadas por câmeras de segurança do James Bar e de casas vizinhas também foram importantes para a polícia tirar dúvidas sobre a dinâmica do acontecimento. Principalmente, porque havia versões conflitantes sobre o caso. Três clientes da casa serão investigados por falso testemunho. Eles testemunharam em favor do bar e afirmaram que Guilherme tropeçou no meio-fio e, em seguida, caiu.
"Pelas imagens que nos foram disponibilizadas, constatamos que, do local onde essas testemunhas estavam, era impossível que eles tivessem visto o que relataram", concluiu o delegado. O inquérito que vai apurar se houve falso testemunho já foi instaurado pelo 3º DP.
A polícia também havia acionado o Instituto Médico-Legal (IML), questionando se os ferimentos sofridos por Guilherme poderiam ter sido causados por uma queda ou se eram mais compatíveis com os de uma agressão. "Este laudo não ajudou muito, porque o perito explicou que [os ferimentos] poderiam ter acontecido tanto em virtude de um golpe como de uma queda", disse o delegado.
O inquérito concluído foi encaminhado ao Ministério Público, que avalia se oferece ou não denúncia criminal contra o segurança. Em caso de condenação, a pena prevista para lesão corporal gravíssima varia entre 2 e 8 anos de reclusão.
"Era o que esperávamos", disse advogado de Guilherme
O advogado Edison Rangel Júnior, que representa a família de Guilherme, disse que, em função dos depoimentos das testemunhas que detalharam a agressão sofrida pelo rapaz, ele tinha expectativa de que o segurança fosse responsabilizado. "Era o que nós esperávamos. Não teria como o delegado não indiciar o segurança, diante do conjunto probatório que há. Além das testemunhas, a ampliação das imagens mostra nitidamente que houve um chute", disso.
Em contrapartida, Rangel Júnior questionou a qualidade dos depoimentos das testemunhas que afirmaram que Guilherme caiu. "Foram depoimentos frágeis e incoerentes. Qual interesse que uma pessoa pode ter neste caso? Estavam incidindo em erro ou agindo de má fé?", levantou.
O advogado que representa o James Bar, Edward Carvalho, preferiu não se manifestar oficialmente sobre a conclusão do inquérito.
O caso
O incidente ocorreu no início da madrugada de 6 de maio, quando Koerich entregou sua comanda ao segurança e deixou o bar. Ao perceber que o papel não continha o carimbo do caixa, o funcionário da casa foi atrás do jovem. A partir deste instante, havia duas versões.
Koerich afirmou que foi perseguido pelo segurança e que levou um golpe possivelmente um chute na altura do joelho esquerdo e caiu. O agente teria caído sobre o rapaz. O jovem chegou a ser levado novamente para dentro do bar, onde aguardou a chegada do Siate. No dia 12 de maio, o rapaz teve a a perna esquerda amputada em decorrência dos ferimentos.
Segundo a versão do bar, o funcionário perseguiu o Koerich para trazê-lo de volta à casa. Entretanto, o rapaz teria tropeçado no meio-fio e caído. O segurança que vinha logo atrás teria esbarrado no jovem e caído sobre ele.
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