Novembro de 2008. Rachel Genofre, 9 anos, é encontrada morta dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, depois de ter sido estuprada. Uma força tarefa policial é montada para solucionar o caso. Junho de 2010. Passados quase 20 meses desde o crime que chocou o estado, nada de concreto se sabe sobre o assassino de Rachel. Desvendar o caso é como achar uma agulha num palheiro. Desde que a menina foi morta, a polícia do Paraná adotou um procedimento padrão: fazer exame de DNA em todo acusado de pedofilia que é preso. Desde, então, mais de 50 exames foram realizados e não se chegou a um resultado positivo.

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No último domingo, dois guardas municipais prenderam mais um acusado de pedofilia, Célio dos Santos Vieira, 33 anos, em frente ao shopping Palladium, no bairro Portão, em Curitiba. Condenado a oito anos de prisão, Vieira era foragido da Justiça. Vinha sendo procurado há cerca de seis meses pela polícia e tinha seis mandados de prisão expedidos contra ele. Só no Nucria, o suspeito era investigado como autor de três casos de abuso sexual. Uma das vítimas, um menino de apenas 12 anos, pôs fim à caçada: reconheceu Vieira e avisou o pai, que chamou a polícia.

De acordo com a delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) responsável pelo caso, Maricy Mor­­tágua Santineli, Vieira agia desde 2001, atacando geralmente meninos com idade entre 10 e 14 anos. "Ele não usava armas, utilizava so­­mente a lábia para atrair os meninos até um local na Vila Verde, na Cidade Industrial de Curitiba, que era geralmente usado por ele para cometer os abusos", diz. Segundo a delegada, o inquérito desses casos está sendo finalizado para ser encaminhado à Justiça.

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Esperança

Agora, a família de Rachel Ge­­nofre espera o resultado do exame de DNA de Vieira. O material genético dele será confrontado com o do assassino da menina e o resultado deverá sair entre 15 e 30 dias. "Estamos na expectativa. Todo dia nós renovamos a esperança de encontrar o culpado", diz a tia de Rachel, Maria Carolina Oliveira. Contudo, a família sabe que não pode apostar todas as fichas nesse exame. "É difícil, não tem nada que ligue esse rapaz ao caso", afirma a tia. O avô de Rachel, Walfrido Cordeiro de Oliveira Lima, conta como a espera é sofrida. "A cada novo suspeito a gente revive todo o caso. Estamos torcendo para que peguem logo esse animal", diz.

Segundo a delegada responsável pelo caso de Rachel, Vanessa Alice, da Delegacia de Homicídios de Curitiba, o exame de DNA é o procedimento adotado quando suspeitos de pedofilia são presos. Para ela, o fato de Vieira preferir vítimas do sexo masculino não elimina a hipótese de ele ter sido o responsável pela morte da garota. "A única coisa que chamou atenção é que a Rachel foi encontrada com os cabelos cortados e esse suspeito tinha preferência por meninos", comenta.

A polícia ainda aguarda o resultado de outros dois exames de DNA de suspeitos do caso Rachel, levantados a partir de denúncias anônimas. Além disso, a polícia segue em uma terceira linha de investigação. "É uma linha nova relacionada a um suspeito que tinha contato com a menina", diz Vanessa Alice. A delegada prefere não dar mais detalhes para não prejudicar as investigações. A família também está confiante. "Hoje tem uma linha de investigação que temos bastante esperança que dê resultado", diz a tia Maria Carolina.