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 | Lineu Filho/Tribuna do Paraná/Arquivo
| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná/Arquivo

O médico Raphael Suss Marques, que era investigado pela morte de sua namorada, a fisiculturista Renata Muggiatti, passou a ser réu no processo. A juíza Marcia Margarete do Rocio Borges, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher, recebeu denúncia feita pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra Marques. O médico agora responde pelos crimes de lesão corporal, fraude processual e feminicídio, uma modalidade de homicídio qualificado.

A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) na quarta-feira da semana passada (13) e preenche os requisitos legais exigidos. No mesmo despacho, a magistrada decretou a prisão preventiva do médico, cumprida na última sexta (15). A medida foi embasada pelo fato de que uma das testemunhas estaria intimidada pelo comportamento agressivo do investigado. Pelo crime de feminicídio, se condenado, o médico poderá ficar preso por até 30 anos.

A informação não havia sido divulgada até então porque o processo corria sob segredo de justiça. O sigilo, porém, foi quebrado, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público.

Procurado pela Gazeta do Povo no fim da tarde desta quarta-feira (20), o advogado de Marques, Edson Vieira Abdala, afirmou que a defesa ainda não recebeu nenhuma intimação por parte da Justiça. A citação do acusado por ser feita num prazo de dez dias.

Relembre o caso

Renata morreu no dia 12 de setembro do ano passado. Ela caiu da janela do apartamento onde morava no Centro de Curitiba. Na época, segundo a Polícia Civil, havia relatos de que o relacionamento dos dois era conturbado. Suss chegou a ser preso por determinação da 1ª Vara do Tribunal do Júri após um exame complementar apontar alguns indícios de asfixia, como petéqueas no pulmão. O problema é que o laudo do exame de necropsia, feito pelo Instituto Médico Legal (IML), excluiu a possibilidade de homicídio ao afirmar que não houve asfixia. Em seguida, Suss foi solto pela Justiça.

O caso teve uma reviravolta em novembro, quando o exame de exumação, realizado a pedido da polícia por uma junta de profissionais do instituto, contrariou a necropsia, colocando dúvida sobre o primeiro exame feito por um médico-legista IML. O instituto chegou a abrir uma apuração para investigar a conduta do médico que conduziu o primeiro exame.

Em dezembro, a investigação feita pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil sobre a foi entregue ao Ministério Público do Paraná (MP). A polícia manteve a acusação de homicídio qualificado contra o médico Raphael Suss, que era namorado de Renata.

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