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A Delegacia de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, finalizou as investigações do inquérito policial sobre a morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, que foi morta no dia 25 de junho em um terreno baldio em Colombo, também na região metropolitana. Apesar das informações contraditórias envolvendo as investigações desde o início – inclusive com o depoimento de uma perita criminal, que disse que a vítima poderia não ter sofrido agressão sexual –, quatro suspeitos de cometer o crime vão ser indiciados: Sérgio Amorin da Silva Filho, de 22 anos, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25, e Adriano Batista, 23, que teriam matado a garota após manterem relações sexuais forçadas com ela. Ezequiel Batista, 22, também será indiciado. Ele não teria abusado de Tayná e nem a matado, mas testemunhou tudo sem tentar impedir o assassinato e sem denunciar os comparsas.

De acordo com o delegado Fábio Amaro, que assumiu interinamente a Delegacia de Alto Maracanã, em Colombo, ainda falta incluir no inquérito os laudos periciais, incluindo exames de DNA que confirmariam o estupro cometido pelos três suspeitos. Ao contrário do depoimento inicial, os suspeitos deram mais detalhes do crime, descrevendo como a ação teria ocorrido. Segundo a Polícia Civil, os laudos da perícia e necropsia devem demorar entre 15 e 20 dias para serem finalizados e anexados ao inquérito policial.

O crime

Segundo relatos dos acusados, eles sabiam que a menina costumava passar por aquele caminho diariamente entre 17 e 17h30 e voltar entre 20h30 e 21 horas. De acordo com o delegado, os presos já estavam arquitetando um plano de como violentá-la. Conforme estudos da câmara de segurança do local, os quatro rapazes, que trabalhavam em um parque de diversões na região, teriam abordado Tayná na rua, em frente ao parque.

Um deles bateu na cabeça da jovem, que ficou inconsciente. "Sérgio deu um soco na cabeça dela e os outros dois o ajudaram a levá-la para um matagal próximo", explicou o delegado. Chegando ao local do crime, a menina teria recuperado parcialmente a consciência, então Paulo, Sérgio e Adriano se revezaram praticando sexo anal e vaginal na adolescente por aproximadamente uma hora. Ezequiel, no entanto, teria ficado só assistindo. Na sequência, um dos homens usou o cadarço da bota da menina para estrangulá-la.

Quando a morte se dá por asfixia mecânica, o corpo dá alguns sinais. Um desses indícios, segundo o delegado, é o surgimento de um bolo fecal, onde foi comprovada a presença de sêmen. Por causa da ocorrência desse novo indício, o delegado Amaro conseguiu com que os acusados prestassem um novo depoimento mais detalhado sobre o caso. Neste segundo depoimento os presos descartaram a suspeita de necrofilia, prática de ato sexual com cadáver, que havia sido apontada anteriormente.

Causa da morte

Na versão dos suspeitos, a menina pareceu estar morta após ter sido estrangulada pelo cadarço da bota. Porém, a Polícia Científica não tem essa confirmação. Segundo exames, a pancada que a menina teria levado na cabeça antes da prática da violência sexual ocasionou uma hemorragia no crânio, mas não teria sido suficiente para matá-la. O horário exato da morte da adolescente só será revelado após a finalização do laudo da necropsia.

Depois de cometer o homicídio, os suspeitos teriam atirado o corpo de Tayná em um poço cheio de água. Inicialmente, a informação era de que o corpo tinha sido localizado em uma vala.

Contradições

Declarações de uma perita, que investiga a morte de Tayná, no último dia 2 de julho colocaram inicialmente em dúvida as conclusões da polícia sobre o crime. De acordo com Jussara Joeckel, do Instituto de Criminalística, a adolescente poderia não ter sido violentada, pois não havia sinais de violência ou luta no cadáver da jovem, comuns em caso de resistência aparente. Em entrevista ao portal Paraná Online, Jussara disse que o corpo da menina estava com roupas alinhadas, com um cadarço no pescoço e tinha marca de pancada na cabeça.

Durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (5), o delegado Fabio Amaro disse que a perita foi precipitada ao fazer a conclusão. "Se ela tivesse conversado com o delegado [sobre o caso], haveria um consenso", explicou. De acordo com o relato dos acusados, a roupa da adolescente foi tirada parcialmente para a prática da violência sexual. Depois do estupro coletivo, os suspeitos vestiram a menina novamente.

O inquérito da Polícia Civil sobre o caso foi previamente encaminhado ao Ministério Público nesta sexta-feira.

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