Faz um ano e 24 dias que dona Marlene Cacciatore Florencio e o marido, Luiz Ubaldino Polli Florencio, realimentam, diariamente, as esperanças de conseguir alguma notícia sobre o paradeiro da neta, Vivian Florencio, que hoje teria 4 anos. A menina foi vista pela última vez no dia 4 de março do ano passado, em companhia da mãe, Maria Emília Cacciatore Florencio.

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Mãe e filha saíram de casa, na Vila Santa Efigênia, Barreirinha, em Curitiba, para um encontro com o suposto pai de Vivian, o policial militar Edson Prado, para tratar do pagamento de pensão alimentícia. Cinco dias depois, o corpo de Maria Emília foi encontrado numa cova rasa em um matagal no município de Campina Grande do Sul, com o rosto e as mãos cobertos de cal – para acelerar a decomposição e dificultar o reconhecimento. Da criança, porém, não há qualquer sinal desde então.

Prado foi denunciado por homicídio doloso (com intenção de matar) por motivo torpe e ocultação de cadáver e permanece detido até o julgamento – mas também não deu qualquer informação sobre a menina. O processo, que corre na 3.ª Vara Criminal de Curitiba, está com a defesa para as alegações finais. Na seqüência, o juiz Mauro Bley Pereira Júnior decide se o policial vai a júri popular. Se for condenado, Edson Prado pode pegar reclusão de 12 a 30 anos pela primeira acusação, e de um a três pela segunda. Prado também responde a Inquérito Policial Militar, que segundo a assessoria da PM está parado desde junho do ano passado, quando a defesa solicitou laudos de sanidade mental do acusado. Até hoje, entretanto, esses laudos não ficaram prontos.

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"Eu tenho esperança de que ele vá a júri popular e confesse o que fez com a minha filha e a minha neta", comentou a avó de Vivian, que hoje cria os outros dois filhos de Maria Emília – Evandro, de 16 anos, e Vanessa, de 12. "A gente faz um apelo para que esse homem acorde e diga o que aconteceu, porque ele estragou a nossa vida e a dele."

Ela diz que tem conseguido suportar a dor graças à religião. "Se não fosse a nossa fé, não sei o que seria de nós. Mas eu ainda acredito que ela esteja viva", relata. "Toda manhã a gente acorda pensando que vai receber algum telefonema com notícias dela, mas até agora nada. Uma vez ligaram de Irati e outra de Piracicaba, mas nenhum dos casos tinha a ver com a Vivian." Marlene e o marido também espalharam mais de 15 mil cartazes com a foto da neta, mas não houve qualquer retorno.

A avó falou ainda dos reflexos da tragédia nos dois irmãos da menina: "Tem sido muito difícil, até hoje a Vanessa às vezes fica fechada no quarto, chorando", comentou. "Como a minha filha não tinha marido, ela era tudo para eles: mãe, pai, amiga, companheira, e eu tive que assumir tudo isso."