Famílias desconfiam de exames
As duas últimas vítimas fatais da dengue no Paraná foram submetidas a exames anteriores que não confirmaram a doença. As confirmações só vieram após as mortes. Roseli Giovaneli começou a sentir os sintomas da doença no dia 30. Ao buscar atendimento na rede particular, os médicos desconfiaram de virose. Em sete dias, ela foi medicada e liberada em duas ocasiões. No sábado, apresentando agravamento do quadro clínico, a jovem acabou sendo internada e morreu no dia seguinte. Segundo a mãe, Laureci Giovaneli, que é auxiliar de enfermagem, foram coletados três exames de sangue da filha e todos tiveram resultado normal. Víctor Tralli Luciano da Silva, de Cianorte, fez dois exames que não confirmaram a doença, segundo o pai dele, Joel Luciano. A confirmação só veio cinco dias após a morte. A família pretende entrar na Justiça para esclarecer a morte.
MCP e Osmar Nunes
O Paraná enfrenta o pior quadro de dengue de sua história. Ontem, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o estado já tem confirmados 10.017 casos, superando o total de 2003, até então o ano com maior número de ocorrências, com 9.438 confirmações durante o ano todo. Além dos casos positivos neste ano, existem outras 31.553 notificações em investigação.
Ontem também foi confirmada a sexta morte por dengue, neste ano, no Paraná. A vítima, Roseli Giovaneli, de 26 anos, morreu na madrugada do domingo passado, em Foz do Iguaçu. A Sesa não apresentou estatísticas sobre mortes, mas em 2003, quando o quadro foi considerado muito grave, foram duas mortes por dengue hemorrágica, ambas na região de Londrina.
As autoridades evitam falar em epidemia, porém confirmam surtos da doença em Ubiratã, São Jorge do Ivaí, Altônia, Bom Sucesso e Santa Isabel do Ivaí. Em Foz do Iguaçu, após a confirmação da morte de Roseli Giovaneli, a Vigilância Epidemiológica decretou "estado de alerta máximo contra a doença". O exame da jovem, que teve seu resultado divulgado na manhã de ontem, apontou como causa da morte "complicação do quadro da doença do tipo 1". A Vigilância está orientando os médicos a serem rigorosos nos diagnósticos de casos que podem ser de dengue, já que a doença pode ser confundida com viroses. Roseli, como exemplo, passou pelo sistema público de saúde duas vezes antes de ser internada, mas foi medicada e liberada.
Reforço no combate
Para reforçar as medidas de combate à doença no estado, a partir de hoje, a Defesa Civil do Paraná realiza um mutirão para combater o mosquito da dengue nas cidades de Paranavaí, Doutor Camargo, Rolândia e Francisco Beltrão. Em Paranavaí foram confirmados 580 casos, mas a preocupação maior é com o grande número de focos do mosquito Aedes aegypti.
Esse mutirão já ocorreu em Porecatu, Palotina, Paiçandu, Prado Ferreira, Mirasselva, Florestópolis, Ubiratã, Nova Santa Rosa, Santa Izabel do Ivaí, Marechal Cândido Rondon, Itaipulândia, Ponta Grossa, Maringá, Santa Helena e Cianorte, onde, na segunda-feira, foi registrada a morte do adolescente Víctor Tralli Luciano da Silva, de 13 anos.
O diretor do Centro de Zoonoses de Foz, André Leandro, afirma que o esforço no combate à doença deve ser redobrado. "A dengue mata e se a população não despertar para a importância de se eliminar os focos dos mosquitos, mais pessoas podem sucumbir", acrescenta. Já foram confirmados 1.038 casos de dengue e mais de 3 mil suspeitos no município.
Os sintomas da dengue são febre, dores pelo corpo, náuseas, podendo aparecer manchas vermelhas na pele, ocorrer sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes, indicativos da evolução para dengue hemorrágica. A orientação é evitar o uso de medicamentos e buscar imediatamente por atendimento médico.
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