Cascavel Os primeiros agentes penitenciários do grupo de 164 profissionais que vão trabalhar na nova penitenciária federal de Catanduvas, Oeste do estado, chegam hoje à cidade. Antes mesmo de começarem a lidar com a nata da criminalidade nacional que será transferida para lá a partir de julho, os agentes já têm problemas para administrar. É que há pouca oferta de imóveis na pequena Catanduvas e o que está disponível é considerado de padrão médio ou baixo.
Os agentes vão receber salários de R$ 3,8 mil, enquanto o rendimento médio mensal na cidade de 11 mil habitantes é de R$ 453, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). A prefeitura espera a injeção de R$ 1 milhão mensal na cidade, por conta da movimentação dos funcionários (são 300 no total). A unidade será inaugurada em 23 de junho. Os agentes chegam antes para fazer o reconhecimento da prisão e também para se organizarem na cidade, antes de o trabalho efetivamente começar.
"São poucas as casas de padrão médio disponíveis [para locação ou venda]", adianta o corretor de imóveis, Francisco Alves de Moura. Padrão médio na cidade significa uma casa de alvenaria em bom estado de conservação com três quartos, cozinha, banheiro e garagem. A oferta de apartamento, segundo o corretor, praticamente não existe. Por isso, os preços triplicaram nos últimos 12 meses.
"Há procura por lotes, mas há poucas construções e poucos negócios sendo realizados por causa da supervalorização dos terrenos", afirma o corretor. Moura é proprietário de uma pequena fazenda na região e desde o início do ano está tentando vendê-la para investir justamente na construção de residências em Catanduvas.
Adelar Paganini, assessor da prefeitura, admite a possibilidade de que boa parte dos servidores federais destacados para o presídio fixem residência em Cascavel, que fica a 55 quilômetros. A ligação é feita por estrada pedagiada (R$ 5,80). Foi o que aconteceu nos anos 80, quando o Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) instalou um radar no município. A maioria dos 40 militares que atuam na base mora na cidade vizinha.
De acordo com o assessor, a prefeitura fez um apelo aos empresários da cidade para eles investirem na construção de moradias para os agentes penitenciários. "Houve um aquecimento na construção civil, mas insuficiente para atender a demanda", diz Paganini. A administração cogita fazer doação de terrenos para estimular a construção de conjuntos habitacionais.
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