O traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que até a madrugada desta quinta-feira (10) era o criminoso mais procurado do Rio de Janeiro, poderá ter como destino o presídio federal de segurança máxima de Catanduvas, no oeste paranaense. Depois de passar a madrugada na carceragem da Polícia Federal, ele foi transferido no final da manhã desta quinta para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
A permanência no Rio, no entanto, não deve durar muito tempo. O governador Sergio Cabral disse à rádio CBN que a Secretaria de Segurança Pública estava "preparando a documentação para o envio mais breve possível desses marginais já presos para fora do Rio de Janeiro, para presídios de segurança máxima". Além de Nem, apontado como o chefe do tráfico na Favela da Rocinha, outros criminosos presos durante a operação também deverão ser transferidos.
No início da tarde desta quinta, o secretário de Segurança em exercício do Rio, Edval Novaes, confirmou, em entrevista coletiva à imprensa, que as medidas para transferir Nem para um presídio federal estavam sendo tomadas. Por e-mail, a Secretaria de Segurança Pública do Rio informou à Gazeta do Povo que o pedido de transferência é feito ao Depen (Departamento Penitenciário Federal) que decidirá para qual presídio federal o traficante será levado.
Para que a transferência seja concretizada, é necessário autorização da Justiça Federal no Paraná. O órgão informou que ainda não havia recebido nenhuma solicitação até a tarde desta quinta.
A Penitenciária Federal de Catanduvas foi o primeiro presídio federal de segurança máxima construído no Brasil. Inaugurado em 2006, a unidade teve como primeiro "hóspede" o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que atualmente cumpre pena em Mossoró (RN).
Outros chefões do tráfico carioca também já passaram pela penitenciária federal do Paraná, entre eles Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, acusado da morte do jornalista Tim Lopes. Também cumprem pena em Catanduvas, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que já comandou o tráfico no Complexo do Alemão; Isaias da Costa Rodrigues, o Isaías do Borel, e Márcio José Guimarães, o Tchaca.
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