Cascavel Vinte presos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa surgida em São Paulo, foram transferidos ontem do Mato Grosso do Sul para a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no Oeste do Paraná. Com os novos "moradores", a unidade federal inaugurada em 23 de junho soma 37 internos, entre eles o narcotraficante Fernandinho Beira-Mar, que está no presídio federal há 35 dias.
A operação de transferência contou com o reforço da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar (PM). De acordo com a polícia do Mato Grosso do Sul, os vinte detentos eram considerados lideranças do PCC naquele estado. Entre os transferidos, 15 internos vieram do EPSM (Estabelecimento Penal de Segurança Máxima) de Campo Grande e outros cinco do Presídio Estadual de Segurança Média, de Naviraí, e do Presídio Harry Amorim Costa, de Dourados.
O secretário de Segurança do Mato Grosso do Sul, Raufi Marques, disse que a transferência deve minimizar as ações do PCC em Campo Grande, com a desarticulação da quadrilha acusada de ligação com a facção criminosa.
Embora os nomes dos internos tenham sido mantidos em sigilo, a reportagem apurou que entre eles estariam Herculano Nunes, Deivid Jorge de Oliveira da Silva e Marcelo Cláudio Maciel Melquíades, acusados de envolvimento na morte do advogado criminalista Willian Maksoud, em 5 de abril deste ano. Maksoud seria um dos advogados do PCC.
Na última sexta-feira, 16 assaltantes de banco do Pará já tinham vindo se juntar ao narcotraficante Fernandinho Beira-Mar, até então o único preso da unidade, que tem capacidade para 208 criminosos de alta periculosidade.
A penitenciária conta com equipamentos de segurança de última geração e foi projetada para impedir qualquer possibilidade de rebelião ou fuga. As vagas em Catanduvas serão preenchidas à medida que os estados apresentarem sua relação de presos ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça. O presídio paranaense é o primeiro dos cinco prometidos pelo governo federal.
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ontem o pedido de habeas-corpus feito por Fernandinho Beira-Mar, que alegava "constrangimento ilegal" decorrente das sucessivas transferências para presídios de outros estados, e pedia para ser removido da unidade de Catanduvas. Com a decisão, Beira-Mar continua cumprindo a sua pena no Paraná.