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Mapa da fé

Catolicismo diminui menos em Curitiba

Sete entre cada dez moradores da grande Curitiba são católicos. É o que revela o livro Religião e Sociedade em Capitais Brasileiras, da PUC-RJ e Editora Loyola, em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A pesquisa foi realizada com base no Censo de 2000, do IBGE. A publicação dos resultados ocorreu somente este ano. O livro mostra que entre 1991 e 2000 houve uma redução de 8,5 pontos percentuais no número de católicos na Grande Curitiba.

De acordo com César Romero Jacob, professor da PUC-RJ e um dos autores da pesquisa, a redução dos adeptos do catolicismo foi baixa em comparação com outras capitais brasileiras. A queda menos acentuada no número de católicos é uma característica comum às três capitais da Região Sul. "Curitiba é uma cidade bastante católica e isso se reflete até em alguns municípios da região metropolitana", explica o mestre em Educação e professor de Teologia da PUC-PR, Luiz Alberto Souza Alves.

De fato, Religião e Sociedade em Capitais Brasileiras mostra que em São José dos Pinhais e Araucária, o percentual de católicos chega a quase 90% da população. "Normalmente, nas cidades da região metropolitana há um grande número de evangélicos pentecostais, que, em alguns momentos chegam a ser maioria em relação aos católicos. Nessas duas cidades isso não se verifica", diz Souza Alves.

O casal Valdir Santos de Araújo, 46 anos, e Maria Cecília Ulsom de Araújo, 45, casados há 18 anos, são um exemplo. Ambos vêm de famílias católicas. Valdir foi educado em um colégio de freiras. Maria viveu com seus quatro irmãos dentro do seminário dos padres verbitas. Hoje, eles moram no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, e freqüentam e atuam na equipe litúrgica da Paróquia Nossa Senhora dos Montes Claros. As filhas Daniele Cecília, 15 anos, e Marina, de 13, também atuam na comunidade como auxiliares de catequese e participantes do grupo de jovens Cativar, que realiza estudos de leitura bíblica e executa as canções durante a missa.

Para Valdir, é exatamente a formação familiar que faz a religião passar de pai para filho. "O Concílio Vaticano II chama a família de Igreja Doméstica. É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé."

Foi também na família que se solidificou a formação religiosa de Jorge Adi Cortiano Possebom, 66, e Laurinda W. Possebom, 67. Ele é aposentado; ela, dona de casa. Os dois têm, de segunda a sexta-feira, uma agenda voltada à Igreja.

São atividades relacionadas ao Movimento de Irmãos, atuação como ministros da Eucaristia, zeladores das capelinhas e membros do apostolado das orações. "Freqüentamos três igrejas em São José dos Pinhais e às quartas-feiras temos grupo de oração na Igreja da Ordem, no Centro de Curitiba", diz Jorge.

"Desde pequena tive esse envolvimento com a Igreja na minha família. Talvez pelo fato de ser descendente de poloneses e italianos", conta Laurinda.

Ela está certa, segundo o professor Souza Alves, da PUC-PR: "A colonização de italianos e poloneses é forte. Em ambas as etnias há uma grande tradição católica."

Espaço

Nas cidades localizadas ao Norte de Curitiba, no entanto, os católicos perdem espaço para os pentecostais. "Também é grande o número de quem se declarou sem religião", diz Romero Jacob.

"Vemos muito disso por aqui. Pessoas que até foram batizadas em alguma religião, mas acabaram deixando de lado essa fé", salienta o pastor José Sabadin, da Igreja Assembléia de Deus, em Almirante Tamandaré.

Os assembleianos, como são conhecidos, são o principal grupo pentecostal na capital paranaense e região metropolitana. Eles são 4% dos habitantes da Grande Curitiba. Também aparecem com destaque os fiéis da Igreja do Evangelho Quadrangular, Congregação Cristã, Igreja Universal do Reino de Deus e Deus É Amor.

Já dentro dos limites de Curitiba a divisão é outra. Os católicos são maioria nos bairros próximos ao Centro, como Água Verde e Batel; na Região Noroeste, como Santa Felicidade; e na Região Norte, como Taboão.

Pentecostais

Já em bairros da Região Sul, como a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), os católicos mostram menos presença e os pentecostais ganham força. Os chamados evangélicos de missão, ou históricos, como os batistas, adventistas, luteranos e presbiterianos, também marcam presença nos bairros mais centrais de Curitiba, como Alto da Glória.

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