Campanha
Nos próximos 40 dias, os católicos estarão envolvidos na 48a Campanha da Fraternidade realizada no país. Veja quais são as estratégias de ação.
Objetivos
A campanha Fraternidade e a vida no planeta a criação geme em dores de parto é promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ela visa discutir as mudanças climáticas, promover a consciência ambiental, mostrar a gravidade dos problemas ambientais e fomentar o protagonismo da sociedade para promover a preservação ambiental.
Gesto concreto
Realizar a Coleta da Solidariedade no dia 17 de abril (Domingo de Ramos). O dinheiro coletado nas missas em todo país será revertido em projetos ambientais. O Fundo Nacional de Solidariedade, administrado pela CNBB, vai receber 40% e o restante irá para o Fundo Diocesano de Solidariedade, regido pelas dioceses. No ano passado, em que o tema foi economia solidária, foram arrecadados R$ 9,5 milhões na Coleta da Solidariedade.
Período
9 de março a 17 de abril.
Como participar
Os interessados devem procurar informações nas secretarias das paróquias que têm editais para os projetos ambientais que serão financiados pela Coleta da Solidariedade.
Além de ONGs e do governo, a Igreja Católica também entra na agenda pela preservação ambiental. Hoje, na Quarta-Feira de Cinzas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança a Campanha da Fraternidade 2011, que traz o tema Fraternidade e a vida no planeta. Pelos próximos 40 dias, os cerca de 125 milhões de católicos do país terão o debate sobre o aquecimento global incluído nos sermões das missas de domingo.
"É um tema bem pertinente que será trabalhado durante a Quaresma, que é um período de reflexão para os católicos que se preparam para a Páscoa. Neste ano, vamos convocar todos a refletir sobre o meio ambiente, se aprofundar em gestos concretos, dentro do aspecto social e comunitário, para preservar a vida na terra", resume um dos coordenadores da campanha pela arquidiocese de Curitiba, o padre José Aparecido Pinto.
Desde 1964, a CNBB escolhe um tema de apelo social para ser debatido durante a Quaresma. O assunto é sugerido pelos coordenadores das pastorais católicas e é definido com dois anos de antecedência para execução pela CNBB. "Vamos levar, pela fé, a necessidade de rever a forma como usamos a natureza, envolver a educação ambiental nas paróquias e, sobretudo, colocarmos a vida em primeiro lugar e não o lucro, lembrando que os bens naturais não podem ser destruídos", acrescenta o secretário-executivo para a Campanha da Fraternidade na CNBB, padre Luiz Carlos Dias.
Na opinião do diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Ricardo Borges, a campanha corre o risco de não ter sucesso pretendido se não houver medidas práticas defendidas pela Igreja. "Existe um risco gigantesco de que a campanha, que tem um objetivo tão nobre, não atinja seu objetivo. Gostar do meio ambiente todo mundo gosta, mas e daí? O que vai ser feito? O padre vai pedir, nas missas, que as pessoas deixem o carro na garagem e venham a pé para a igreja?", questiona o ambientalista. Borges acrescenta ainda que é preciso definir prioridades e tarefas.
Para o padre Luiz Carlos, o impacto prático do gesto concreto proposto pela Campanha da Fraternidade será a destinação da coleta feita nas missas do dia 17 de abril encerramento da campanha para o custeio de projetos ambientais nas paróquias. A arquidiocese de Curitiba vai lançar hoje o edital do Fundo Diocesano de Solidariedade, que irá administrar o recurso. Segundo o padre José Aparecido, serão aceitos projetos na área de educação ambiental, mudança de hábito de consumo, geração de renda, segurança alimentar, conservação de recursos naturais, entre outros temas ligados ao meio ambiente.
O aquecimento global é o foco central da campanha. O relatório mais recente do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergo-vernamental de Mudanças Climáticas), órgão ligado às Nações Unidas, indica que há 90% de certeza que o aumento da temperatura no planeta seja causado pelo homem. O desmatamento, aliado à emissão de dióxido de carbono (CO2), que vem do carvão, do óleo e do gás, são os principais responsáveis pelas mudanças climáticas. "As mudanças climáticas são um fato inquestionável. Portanto, as cidades precisam reduzir esses impactos indesejáveis, como as enchentes. Não é o caso de canalizarmos córregos, mas de aumentar a permeabilização do solo", considera o diretor do departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Nilo Diniz.
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Interatividade
Quais ações da Igreja podem sensibilizar os fiéis em relação à preservação ambiental?
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